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Ignorando parceiros de energia, Biden liberta recorde de petróleo de emergência para conter a inflação doméstica

Em causa está o anúncio dos EUA em 31 de março de que libertaria 180 milhões de barris da Reserva Estratégica de Petróleo a um ritmo de um milhão de barris por dia para reduzir o aumento consecutivo dos preços globais de energia e responder aos cortes no fornecimento de petróleo russo motivados pela invasão da Ucrânia.
9 Maio 2022, 14h02

Os EUA anunciaram uma libertação recorde de reservas de petróleo bruto (três vezes superior a qualquer lançamento anterior) em março sem consultar os parceiros da Agência Internacional de Energia (AIE) para conter a inflação doméstica desenfreada por razões políticas, avança a “Reuters” esta segunda-feira.

Desta forma, o presidente dos EUA, Joe Biden, colocou em causa o órgão de vigilância mundial de energia e não protegeu os países consumidores de uma interrupção no fornecimento global, alegam fontes do grupo.

Duas fontes anónimas relacionadas com o assunto disseram à agência noticiosa que a decisão de Joe Biden, presidente dos EUA, obrigou a AIE — que normalmente supervisiona as liberações internacionais de stocks de emergência — a tomar esforços para igualar suas próprias libertações.

“A AIE ficou constrangida com a libertação [dos EUA], que no início foi feita essencialmente unilateralmente”, disse uma fonte familiarizada com a diplomacia em torno da libertação. Outra fonte, de um país-membro da organização, disse que “é do entendimento comum dos membros da AIE que devemos cooperar como um todo”, acrescentando que o anúncio dos EUA foi uma surpresa.

A AIE, com sede em Paris, que agrupa 31 países na sua maioria industrializados, foi criada após o choque do preço do petróleo de 1973 para garantir o fornecimento contínuo de energia aos seus membros em caso de embargo, guerra ou tempestade devastadora.

A AIE disse que esteve em contacto próximo com todos os países membros, incluindo os Estados Unidos, no período que antecedeu os seus dois anúncios de lançamento de ações este ano. Por sua vez, o Departamento de Energia norte-americano disse que os EUA estavam em “contacto frequente” com a AIE sobre a segurança energética antes do anúncio, mas confirmou que a sua decisão de libertar o petróleo era “independente” do ‘vigilante’.

Em causa está o anúncio dos EUA em 31 de março de que libertaria 180 milhões de barris da Reserva Estratégica de Petróleo a um ritmo de um milhão de barris por dia para reduzir o aumento consecutivo dos preços globais de energia e responder aos cortes no fornecimento de petróleo russo motivados pela invasão da Ucrânia.

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