Alguns membros da igreja Sarang Jeil, o segundo grupo religioso no centro de um grande surto de coronavírus na Coreia do Sul, suspeitam que o governo do país está a falsificar os resultados dos testes à Covid-19, avançou a “Reuters”, esta sexta-feira, 21 de agosto.
A 12 de agosto, quando foram reveladas as primeiras infeções entre os membros da igreja, o governo da Coreia do Sul apontou que o grupo estava a desrespeitar as normas de segurança, nomeadamente o distanciamento social. Mais tarde, a 15 de agosto, o líder da igreja participou num comício contra o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no centro de Seul. No evento, Jun Kwang-hun referiu que Moon Jae-in tinha “aterrorizado a nossa igreja com o vírus de Wuhan”.
Depois do comício, o teste de despiste do coronavírus de Jun Kwang-hun deu positivo e até quinta-feira, dia 21 de agosto, pelo menos 739 pessoas afiliadas à igreja tiveram resultado positivo entre os 3.415 testes realizados, segundo o Centro Coreano para Controlo e Prevenção de Doenças citado pela “Reuters”.
O advogado do líder da igreja Sarang Jeil, Peter Ko insiste que a igreja respeitou as regras de segurança e frisou que “quando fazemos o teste noutro sítio e não mencionamos que somos membros da congregação, o teste é negativo”. “Eu diria que existe uma fabricação”.
Por sua vez, Lee Hae-suk, membro da congregação, assegurou à “Reuters” que existia uma “conspiração para acabar com a igreja Sarang Jeil” e contou que inicialmente tinham-lhe dito que o seu teste era negativo, mas no dia seguinte recebeu uma mensagem a informar-lhe que o resultado era positivo.
Outra teoria defendida por alguns membros da igreja é a de que o surto é um “ataque terrorista” e os desinfetantes para as mãos estão contaminados com produtos tóxicos. Yang Dong-sook, outro membro da congregação, recordou que a igreja recebeu garrafas do que parecia ser desinfetante para as mãos que cheiravam a produtos químicos.
No domingo, 16 de agosto, o ministério da Saúde da Coreia do Sul anunciou que apresentou uma queixa contra Jun Kwang-hun por violar as regras de isolamento ao participar no comício e por obstruir a investigação médica sobre o surto.
Sobre esta decisão, o secretário de Estado da Saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip, justificou que o governo estava “simplesmente a tentar proteger a saúde pública”. “Não dêem credibilidade a notícias falsas e rumores que estão a espalhar-se rapidamente”, explicou Kim Gang-lip.
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