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IL “preocupada” com falta de informação sobre planos para JMJ

O líder da Iniciativa Liberal manifestou-se esta sexta-feira preocupado com a falta de informação sobre os planos de mobilidade, saúde e segurança para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), considerando que já deveriam ser conhecidos e atribuindo responsabilidades ao Governo.
2 Junho 2023, 21h24

Em declarações à agência Lusa após ter visitado os terrenos da JMJ, em Lisboa, Rui Rocha manifestou “preocupação com a ausência de informação ou mesmo, nalguns casos, ausência de plano no que diz respeito aos planos de mobilidade, de saúde e de segurança”.

“Nalguns casos, conhece-se alguma coisa, não se conhece tudo. Noutros casos, não se conhece nada”, referiu.

Dando o exemplo concreto do plano de mobilidade, Rui Rocha referiu que esteve inicialmente previsto que fosse desvendado em fevereiro, depois em março, e agora a nova data prevista é 15 de julho, o que considerou ser “manifestamente tarde”.

“Estamos a falar de muita gente, 1,5 milhões de pessoas, é muito, muito tarde para depois as autarquias poderem implementar as suas estratégias”, sublinhou.

Referindo-se também ao plano de saúde, o líder da IL alertou para o impacto que a JMJ poderá ter no Sistema Nacional de Saúde (SNS), que já está atualmente “muito pressionado, mesmo em velocidade cruzeiro”.

“É obviamente uma preocupação toda a pressão adicional que uma massa humana desta dimensão trará para o sistema de saúde nesta região”, sublinhou.

Rui Rocha disse esperar que a JMJ “corra bem”, o que seria “obviamente muito importante para Portugal”, mas reiterou que era também “muito importante” que esses planos já fossem conhecidos, “para que depois toda a organização necessária se possa fazer”.

“Ficaríamos seguramente muito mais tranquilos se conhecêssemos esses planos, se os pudéssemos avaliar e se pudéssemos ver que eles depois eram complementados pelas ações das autarquias que são necessárias para os executar”, referiu.

Questionado se atribui esta ausência de planos a um desleixo do Governo, Rui Rocha respondeu que há um “conjunto de sinais, ao longo do tempo, que demonstram que, de facto, há esse desleixo, essa falta de assertividade na gestão, no planeamento”.

“Nuns casos, eventualmente do próprio Governo – tem uma responsabilidade importante nesta matéria -, num ou noutro caso eventualmente de alguma das autarquias envolvidas”, sublinhou.

Rui Rocha reiterou, contudo, que “começa a ser muito tarde para que esses planos, que são fundamentais, sejam conhecidos”.

“E essa parte é responsabilidade claramente do Governo”, acrescentou.

Nestas declarações à Lusa, Rui Rocha abordou também as questões orçamentais ligadas à organização da JMJ, recordando que “a estimativa inicial era de cerca de 50 milhões a cargo quer do Estado, quer das autarquias”, sendo que agora essa estimativa já é de 80 milhões.

“Portanto, estamos já a derrapar e não sabemos também qual é a estimativa de retorno. Não estou a dizer que esse retorno não exista, mas não há nenhuma informação sobre o retorno que possa haver desta JMJ”, disse.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a edição deste ano da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

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