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Ilhapeixe quer superar os 18 milhões de faturação

A empresa madeirense produz 500 toneladas de peixe e exporta 35% do valor de receitas, o equivalente a 6,3 milhões de euros.
8 Dezembro 2017, 10h00

José Ornelas lançou ‘a primeira pedra’ para construção da empresa Ilhapeixe em 1992. Desde então, o negócio que arrancou com um investimento inicial de 320 mil contos (1,6 milhões de euros) e apoios comunitários não parou de crescer. A meta para este ano é superar os 18 milhões do volume de faturação registado em 2016.

Natural do concelho de Câmara de Lobos, José Ornelas, sócio-gerente da Ilhapeixe, tinha 37 anos quando resolveu desafiar três amigos para se lançarem no negócio da transformação de produtos de pesca. Na altura, ironicamente, trabalhava no setor das carnes.

“Tive esta ideia de negócio porque, há 21 anos, não havia produtos de pesca transformados na Madeira. Pensei que poderia ser uma mais-valia fazer a transformação dos produtos e a distribuição ao nível nacional e regional”, recorda o empresário madeirense.

Em 1992, a Ilhapeixe constituiu-se como empresa, mas só entrou em atividade em 1996, depois de construídas as infraestruturas necessárias para começar a operar. “Na altura, fomos uma empresa pioneira na Região. Hoje, a nossa prioridade continua a ser a inovação. Estamos atentos às necessidades dos consumidores e fazemos um esforço permanente para estarmos atualizados e ajustados ao que que eles precisam”. José Ornelas dá como exemplo a criação do produto lapas congeladas.

“Este produto surgiu porque não havia escoamento das lapas frescas e, sendo a data de validade deste consumível muito limitada, a versão congelada permite aos pescadores disporem de lapas no mercado em qualquer altura”, explica.

A empresa que se dedica ao processamento e embalagem de pescado teve, desde o início da sua atividade, como ‘core business’ a preparação de peixe-espada preto em filete, com a particularidade de ter sido a primeira a nível nacional a transformar o peixe-espada preto em filete. Esta espécie continua a ser ‘a estrela’ do negócio situado no Porto Novo, em Santa Cruz, mas a diversidade de peixes cresceu sobremaneira e abarca atualmente a dourada, o atum, o charuteiro e as lapas.

Na base deste crescimento exponencial, está a aquacultura, uma atividade em franca expansão na Madeira e que tem vindo a ocupar um espaço cada vez maior no volume de negócios da Ilhapeixe. A empresa iniciou-se, em 2004, na produção de pescado, adquirindo o direito de exploração da aquicultura da Baía d’Abra, no Caniçal, com produção de dourada (Sparus aurata). Depois, em anos mais recentes, lançou-se na exploração do charuteiro, desenvolvida em parceria com a Aquailha nos mares do Campanário.

Das 28 jaulas que a Ilhapeixe dispõe nos mares regionais, 20 estão localizadas no Campanário e oito no Caniçal. “Neste momento, produzimos dourada e charuteiro, já produzimos sargo e queremos testar futuramente o pargo. A piscicultura é um segmento de atividade de extrema importância e representa cerca de 2 milhões de euros da nossa faturação total”, adianta José Ornelas.

Exportação representa 35% do volume de receitas

Em 2016, a Ilhapeixe registou um volume de faturação de 18 milhões de euros. A exportação representa 35% deste valor de receitas, o equivalente a 6,3 milhões de euros.

Milão, em Itália, é um dos principais importadores, mas o mercado continental tem-se revelado uma importante plataforma para escoar produtos como o peixe espada-preto, o atum e as lapas.

A empresa conta com 90 funcionários e produz 500 toneladas de peixe (cerca de 2 milhões de euros). Até 2018, José Ornelas quer atingir as 650 toneladas e chegar, em 2019, às mil toneladas.

Para manter os atuais níveis de produção, a Ilhapeixe tem de importar 3 milhões de alevins, oriundos de Espanha e de França, um processo sujeito a um controlo de qualidade muito rigoroso.

“A qualidade é um ponto de ordem para nós. Nós importamos também a alimentação dos alevins, mas tudo é feito de forma muito rigorosa para não comprometer o nosso produto”, afirma o empresário.

Também com o intuito de garantir qualidade e segurança, a IlhaPeixe dispõe de um departamento de controlo de qualidade e segurança alimentar e, desde 2010, de serviços HACCP (Análise de perigos e pontos críticos de controlo).

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