O Presidente da República apelou esta sexta-feira a uma maior responsabilidade social das empresas que estão a ganhar mais com a inflação e com a guerra na Ucrânia. “Não podem ignorar aqueles que sofrem à sua volta, têm de investir mais em termos sociais, sacrificando dividendos, a distribuição de lucros, por sua iniciativa”, defendeu Marcelo Rebelo de Sosa, quando questionado sobre a taxação sobre lucros extraordinários.
“As empresas que, por razões várias, tenham tido proventos extraordinários devido a uma situação extraordinária, devem ser as primeiras a tomar a iniciativa de maior responsabilidade social”, afirmou aos jornalistas.
Quanto à aplicação desses impostos, continuou, deve-se encontrar uma solução não retroativa, justa, e abarcar todos aqueles que devem ser abarcados. Assim, a taxar-se os lucros extraordinários das empresas, deve-se considerar “baixar os impostos, ou tomar medidas sociais, aos sectores mais desfavorecidos e que sofrem mais”.
Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo deve agir caso as empresas não tomem essa iniciativa, Marcelo diz que não quer adiantar-se a debates sobre esse assunto.
O Presidente da República foi antes disso abordado sobre os números da inflação, endereçados por si no Fórum Eurafrican, em Carcavelos, ao dizer que eram expectáveis e passíveis de durar enquanto se arrastar a guerra.
Aos jornalistas, afirmou: “Temos os pés no chão, sabemos a situação de crise que se vive por causa da guerra, e as suas consequências, como a inflação crescente. Vai ser um período difícil, que existe resistência e capacidade de decisão rápida, se for necessária”.
“Também falámos [no Fórum] que a Europa tem de olhar mais para África, na colaboração íntima entre Portugal e Cabo Verde, mas para além dos políticos, também das comunidades” da diáspora, acrescentou.
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