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Inapa passa de lucros a prejuízos, mas resiste à quebra de vendas de papel na Europa

No ano de 2018, o consumo de papel na Europa recuou 7,4%, na maior quebra desde a crise de 2009, mas as vendas da Inapa apenas caíram 2,9%, para 860 milhões de euros. A Inapa passou de 200 mil euros de lucros em 2017 para prejuízos de 3,6 milhões no ano passado, um período “marcado pela queda anormalmente elevada do consumo de papel na Europa Ocidental”, revelou hoje a empresa.
24 Abril 2019, 18h53

A Inapa fechou o ano de 2018 com um volume de negócios de 860 milhões de euros, o que representou uma quebra de 2,9% face a 2017. A empresa distribuidora de papel realça que este comportamento ocorreu “num mercado que na Europa Ocidental sofreu uma quebra de consumo de papel de 7,4%”.

“O ano de 2018 ficou marcado pela queda anormalmente elevada do consumo de papel na Europa Ocidental”, observa um comunicado da empresa.

A Inapa passou de 200 mil euros de lucros em 2017 para prejuízos de 3,6 milhões de euros no ano passado, um período “marcado pela queda anormalmente elevada do consumo de papel na Europa Ocidental”, revelou hoje a empresa.

Em comunicado, a Inapa revelou que fechou o ano de 2018 “com um volume de negócios de 860 milhões de euros, menos 2,9% do que em 2017 num mercado que na Europa Ocidental sofreu uma quebra de consumo de papel de 7,4%”.

“A queda do consumo, a maior desde a crise de 2009, influenciou, decisivamente, a evolução da nossa atividade. A significativa redução de custos operacionais só compensou parcialmente a redução de vendas e respetiva margem. Ao nível da sustentabilidade, a Inapa registou uma evolução importante com uma redução de 24 milhões de euros da dívida líquida,sendo que a dívida de curto prazo diminuiu 20 milhões de euros ou 29%”, afirma o CEO do Grupo Inapa, Diogo Rezende.

O referido comunicado sublinha que “a Inapa prosseguiu com a sua estratégia de melhoria de diversificação de vendas através do aumento das vendas de produtos de maior valor acrescentado que, aliada aos aumentos de preços, levou a um aumento da margem bruta por tonelada de papel vendida de 6,3% face a 2017”.

“Os negócios complementares de embalagem e de comunicação visual registaram um crescimento de faturação de 4,7%, fruto das iniciativas levadas a cabo nos diferentes mercados onde a Inapa atua e do alargamento da oferta de produtos.

Por seu turno, os custos de exploração líquidos diminuíram 4,7 milhões de euros.

“O ano de 2018 foi o primeiro ano completo após a fusão das sociedades em França, tendo já sido notório o contributo para esta poupança dos ganhos de otimização de recursos, nomeadamente na eficiência ao nível da rede de logística e distribuição, sendo que ainda há um grande potencial de otimização a alcançar no médio prazo. Incluindo o valor de imparidades e custos não recorrentes, a poupança total de custos em 2018 face a 2017 foi de 7,0 milhões de euros”, adianta o referido comunicado.

O mesmo documento acrescenta que, “em resultado da quebra de mercado e da margem bruta total gerada, cujos efeitos foram apenas parcialmente compensados pela maior eficiência e flexibilidade operacional e menores imparidades de saldos de clientes, o EBITDA situou-se nos 16,5 milhões de euros, 2,8 milhões de euros abaixo do ano de 2017”.

Já os resultados operacionais (EBIT) da Inapa situaram-se em 8,1 milhões de euros, enquanto os custos financeiros líquidos aumentaram 1,1 milhões de euros, para 14,3 milhões de euros face ao ano anterior.

“Esta progressão deve-se maioritariamente ao impacto da desvalorização da lira turca no aumento do custo de financiamento e nas diferenças cambiais, bem como a alguns encargos ‘upfront’ inerentes a renegociações com bancos, das quais resultaram novos planos de reembolso com um aumento expressivo da maturidade média”, esclarece o comunicado da Inapa.

Em termos globais, o Grupo Inapa fechou o ano com um resultado líquido negativo de 3,6 milhões de euros.

A dívida líquida consolidada a 31 de dezembro de 2018 foi de 272,2 milhões de euros, registando uma diminuição de 24,2 milhões de euros face ao ano anterior, “resultante de uma gestão rigorosa do fundo de maneio, da venda de ativos fixos e da aplicação do ‘cash-flow’ libertado pela atividade”.

“Durante o ano transato foi anunciado o acordo para a aquisição de 100% do capital social da Papyrus Deutschland, cuja concretização está apenas sujeita à habitual aprovação da Autoridade da Concorrência alemã”, avança o referido comunicado.

De acordo com o CEO da Inapa, “esta operação será transformacional para o grupo e irá permitir obter substanciais ganhos de eficiência na Alemanha”.

“Quando concretizada passaremos a deter uma posição de liderança nos dois maiores mercados Europeus, Alemanha e França. Esta aquisição fará crescer o nosso volume de negócio em mais de 50%, ficando perto duma faturação anual de 1.300 milhões de euros”, garante Diogo Rezende.

Fundado em 1965, o Grupo Inapa é a única empresa portuguesa do setor com presença multinacional.

Com uma equipa de 1.350 colaboradores, o Grupo Inapa opera em 10 países – Alemanha, França, Espanha, Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Turquia e Angola.

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