[weglot_switcher]

Incêndios em Portugal: Área ardida é de 140 mil hectares por ano

Correia de Campos salienta a importância de “recuperar a independência do diagnóstico” e desenhar políticas públicas que considerem a “escala temporal do problema”, sobre os desafios do setor florestal. CES lança hoje o livro “Economia da Floresta e Ordenamento do Território”.
4 Julho 2017, 17h35

O Presidente do CES, António Correia de Campos, defende a importância de combater as causas dos problemas no setor florestal e desenhar políticas públicas que respondam à “escala temporal” do mesmo.

“Esbracejamos na luta contra as consequências, esquecendo-nos de combater com determinação as causas do problema”, salienta Correia de Campos, acrescentando que “importa recuperar a independência do diagnóstico e atuar mediante instrumentos de políticas públicas que se coadunem com a escala temporal do problema”, no livro Economia da Floresta e Ordenamento do Território”, que o Conselho Económico e Social (CES) lança hoje.

Correia de Campos realça que os “espaços florestais em Portugal ocupam 67% do território nacional, dando emprego direto a cerca de 115.000 pessoas”, acrescentando que “a atividade económica ligada à fileira florestal representa cerca de 2% do PIB português e tem um contributo positivo para o saldo da balança comercial externa próximo de 2.600 milhões de euros”, no preâmbulo do livro.

Este é um dos motivos pelos quais alerta para as ameaças ao setor florestal, nomeadamente os incêndios florestais que em média deixam uma marca de área ardida de 140.000 hectares por ano.

Num encontro a dois de março, em Mação, o Governo reuniu com autarquias, parceiros sociais, setor florestal e especialistas e a prevenção e controlo dos incêndios e segurança das populações foi identificado nas conclusões do seminário como um dos problemas para os quais é necessária solução através da articulação política e financeira. Algumas propostas sobre modelos de gestão agroflorestal e gestão de risco e soluções de gestão para potenciar o valor económico da floresta foram debatidas neste encontro que procurou delinear recomendações sobre as políticas públicas nesta área.

A transferência de competências para as autarquias, o cadastro e o banco de terras, ou os incentivos fiscais à gestão nacional da floresta estiveram também em análise. A reunião das intervenções deu origem ao livro “Economia da Floresta e Ordenamento do Território”, cuja apresentação está hoje a cargo de João Ferreira do Amaral e conta com a apresentação do ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

O setor florestal contribui anualmente para a economia nacional com 982 milhões de euros – não incluindo as receitas sobre a valorização da paisagem -, segundos os dados apurados pela Estratégia Nacional para as Florestas de 2016, divulgados no livro. Segundo estes dados, cerca de 876 milhões de euros, o que corresponde a 63% do valor bruto, resultam da produção.

Já “aos custos dos incêndios florestais, pragas e espécies invasoras exóticas está igualmente associado um valor, negativo, de -394 milhões de euros anuais”, aponta o livro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.