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Independência poderia alastrar. Juncker não quer UE a 98

“Não me agradaria que daqui a 15 anos a União Europeia fosse formada por 98 estados. Já é relativamente difícil com 28, não será mais fácil com 27, mas com 98 creio que seria impossível”, sublinha o presidente da Comissão Europeia.
  • Vincent Kessler/Reuters
13 Outubro 2017, 13h31

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou hoje que se a Catalunha se tornar independente há o risco de outras regiões europeias tentarem o mesmo, esclarecendo que Bruxelas não vai mediar o conflito com Madrid.

“Se a Catalunha se tornar independente, outros fariam o mesmo e isso não me agrada”, disse Juncker, discursando na Universidade do Luxemburgo e citado pela agência EFE. “Não me agradaria que daqui a 15 anos a União Europeia fosse formada por 98 estados. Já é relativamente difícil com 28, não será mais fácil com 27, mas com 98 creio que seria impossível”, acrescentou, segundo avançam os jornais espanhóis.

O presidente da Comissão Europeia reafirmou estar muito preocupado com os movimentos separatistas na Europa e que encorajou o primeiro-ministro espanhol mariano Rajoy a tomar controlo sobre a situação.

Sobre a recusa da Comissão Europeia a servir de mediadora entre os independentistas da Catalunha e Madrid, Juncker explicou que Bruxelas só interfere nas negociações entre Estados-membros.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão, Carles Puigdemont, para clarificar se declarou ou não a independência na região, na sequência do referendo de 01 de outubro, considerado ilegal.

No seu discurso de terça-feira, Puigdemont disse que assumia o mandato dado pelo povo catalão para que a Catalunha seja um “Estado independente”, mas propôs ao Parlamento suspender os efeitos de uma declaração de independência – que nunca referiu explicitamente – por “algumas semanas” para facilitar um diálogo com Madrid.

Caso Puigdemont confirme que declarou a independência da Catalunha, Madrid dar-lhe-á um prazo suplementar — até ao próximo dia 19 — para fazer marcha atrás, antes de recorrer ao artigo 155.º da Constituição, que permite ao Governo espanhol suspender a autonomia da região.

O artigo 155.º da Constituição espanhola, nunca usado desde que o texto fundamental foi escrito e aprovado em 1978, permite a suspensão de uma autonomia e dá ao Governo central poderes para adotar “as medidas necessárias” para repor a legalidade.

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