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Tailandeses da Indorama querem ter impacto de 0,3% no PIB de Portugal

Mais de 95% da produção da unidade petroquímica da Indorama em Sines segue para a exportação para mercados do mundo inteiro.
  • David Gray/Reuters
30 Janeiro 2019, 07h37

O grupo tailandês Indorama Ventures Portugal pretende ter um impacto de 0,3% no PIB – Produto Interno Bruto de Portugal quando a fábrica de Sines estiver em plena laboração.

Em entrevista ao último número da ‘newsletter’ da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, a que o Jornal Económico teve acesso,  Marco Vantaggiato, diretor geral  e COO (‘Chief Operational Officer’, isto é, administrador operacional) da empresa assume que “a Indorama Ventures portugal posiciona-se como uma empresa exportadora (mais de 95% do nosso produto é exportado para o mundo inteiro) com um impacto expectável no PIB de Portugal a ordem de 0,3% com a fábrica a plena capacidade”.

Recorde-se que a Indorama adquiriu a unidade industrial da Artlant em Sines em 2017. A Artlant entrou em processo de falência, depois de o mesmo ter sucedido à sua antecessora, o grupo português La Seda, que mais recentemente tem sido apontado como um dos grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos.

Nesse mesmo ano , o grupo tailandês adquiriu também os ativos que o grupo francês Veolia detinha em Portugal na áreas das ‘utilities’, que passaram a ficar integrados na participada Indorama Ventures Utility.

No primeiro caso, a unidade industrial da Indorama em Sines tem uma capacidade de produção de cerca de 700 mil toneladas anuais.

Sobre o primeiro semestre de atividade sob a batuta da Indorama, Marco Vantaggiato defende que “foi um ano repleto de desafios com os primeiros seis meses focados na reativação da instalação fabril, depois de mais de dois anos de paragem”.

“Neste período foram gastas mais de 200 mil horas nas várias atividades de manutenção, sem nenhum incidente de segurança e cumprindo o objetivo definido inicialmente pela casa-mãe: arranque no dia 1 de julho”, assegura o responsável da Indorama Ventures Portugal.

Vantaggiato sublinha que, “após a paragem, a fábrica conseguiu um bom desempenho operacional, demonstrando assim que o trabalho efetuado, não só nos últimos meses, mas também no período de paragem forçada, foi de boa qualidade”.

O COO da Indorama Ventures Portugal entende que a empresa “trouxe compromissos de fidelização com fornecedores, clientes, prestadores de serviço e ‘stakeholders'”.

“O profundo conhecimento do mercado de PTA [ácido tereftálico purificado] transforma-se, assim, em garantia de escoamento do produto acabado. No mercado do poliéster, onde se pode ganhar ou perder um cliente por poucos cêntimos por tonelada no preço de venda final, uma alta utilização da fábrica e uma estrutura de custos fixos competitiva é a verdadeira chave de volta”, defende o diretor geral deste grupo petroquímico.

Sobre os principais objetivos e metas a atingir pelo grupo a médio e longo prazos, Marco Vantaggiato assume que, “atualmente, estamos focados em rentabilizar o investimento feito pela Indorama Ventures PCL na aquisição desta fábrica de PTA”.

“O principal objetivo será de continuar a produzir na plena capacidade produtiva da fábrica, tarefa não óbvia, sendo que a instalação esteve parada quase três anos e nos seis anos anteriores de atividade só chegou a produzir uma quantidade equivalente a um ano de produção”, destaca o COO da Indorama Ventures Portugal.

Marco Vantaggiato prevê mesmo que “a ausência atual de produtores da nossa matéria prima e o grande consumo que nós fazemos das mesmas, acredito que possa criar mais interesse por novos investimentos”.

Sobre a localização da unidade industrial em Sines, o diretor geral da Indorama Ventures Portugal advoga que “a zona industrial e logística de Sines, tal como o porto de Sines, têm excelentes condições e enorme potencial”.

“Desde o início da nossa atividade, trabalhamos junto dos nossos parceiros de forma a tirar o melhor proveito e minimizar os custos relacionados com estas mesmas atividades”, acrescenta Marco Vantaggiato.

O diretor geral e COO da Indorama Ventures Portugal conclui a entrevista à ‘newsletter’ da APS dizendo que “a região de Sines tem todas as condições para ser referência não só a nível nacional, como já é, mas também a nível internacional devido às infraestruturas existentes e à sua excelente localização geográfica”.

Recorde-se que o grupo Indorama, com sede em Banguecoque, capital tailandesa, encerrou o exercício de 2017, último ano de que existem dados publicados, com um volume de receitas consolidado de 8,4 mil milhões de dólares, cerca de 7,35 mil milhões de euros ao câmbio atual.

Além de Portugal, o grupo petroquímico Indorama tem em funcionamento unidades industriais na Tailândia, Malásia, Índia, Indonésia, Nigéria e senegal, sendo a fábrica de sines a única do grupo em continente europeu.

 

 

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