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“Indústria de cimento arrisca fechar fábricas”, afirma ATIC

Consumo de cimento no mercado interno tem estado a recuperar, mas ainda está 70% abaixo do máximo histórico. As exportações têm sido a solução, mas a subida de importações pode vir a fechar fábricas, segundo Gonçalo Salazar Leite, presidente da Associação Técnica para a Indústria de Cimento.
31 Maio 2019, 08h50

Passadas as diversas crises vividas pela indústria nacional de cimento, parece estar a recuperar lentamente, com aumentos consecutivos do consumo de cimento desde 2015. Em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, Gonçalo Salazar Leite, presidente da ATIC – Associação Técnica para a Indústria de Cimento, explica que, mesmo assim, os níveis de consumo interno estão 70% abaixo do máximo histórico. E se a indústria passou a tempestade sem fechar fábricas, apostando forte na vertente das exportações, o futuro apresenta várias nuvens negras, que podem levar ao encerramento e à deslocalização de unidades fabris, com efeitos nefastos ao nível do emprego e da economia nacional e europeia. Gonçalo Salazar Leite explica porquê e apresenta as soluções.

Como é que está a evoluir o consumo de cimento em Portugal? Já passámos definitivamente a crise?
Excetuando o ano de 2015, em que houve uma primeira ligeira inversão, o mercado nacional de cimento em termos internos caracterizou-se por uma redução de consumo muito prolongada, que começou em 2001. Foi nesse ano de 2001 que se registou o pico do consumo interno de cimento. Não foi só uma crise. Para nós, foi uma sucessão de crises. A partir de 2002, verificámos uma crescente falta de dinamismo da atividade de construção civil em Portugal, a que depois se junta a crise das dívidas soberanas e, mais tarde, a crise dos mercados financeiros mundiais. Como disse, depois de 2015, em 2016, verificou-se uma nova quebra do consumo de cimento em Portugal. A recuperação só começou de forma consistente em 2017, com um crescimento de aproximadamente 5%, e em 2018, com uma subida estimada em 10%.

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