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Inflação, queda da confiança e de procura. As razões do BCE para o abrandamento económico

Esta quinta-feira, o banco optou por subir os juros em 75 pontos base (p.b.), decretando a maior subida de juros da história da moeda única, e atualizou as suas projeções macroeconómicas para este ano e os próximos.
8 Setembro 2022, 16h03

O Banco Central Europeu (BCE) está à espera de um abrandamento considerável da economia para os meses restantes deste ano e durante 2023.

Esta quinta-feira, o banco optou por subir os juros em 75 pontos base (p.b.), decretando a maior subida de juros da história da moeda única, e atualizou as suas projeções macroeconómicas para este ano e os próximos.

A Presidente do BCE anunciou, em conferência de imprensa, que, no cenário base, espera-se que a economia na Zona Euro cresça 3,1% este ano, 0,9% em 2023 e 1,9% em 2024.

Há também um cenário pessimista, que inclui o encerramento total de fornecimento de gás russo, em que os número de crescimento são de 2,9% para 2022, menos 0,9% para 2023, mantendo-se os 1,9% para 2024.

Christine Lagarde explicou que, apesar de turismo estar a suportar o crescimento económico durante este terceiro trimestre, é expectável que a economia abrande “consideravelmente” nos meses restantes deste ano.

Espera-se que isso aconteça, em primeiro lugar, devido à alta inflação, reforçada por disrupções no fornecimento de gás, e depois, devido à forte recuperação da procura de alguns serviços com a abertura da economia que se espera que perca força nos próximos tempos.

Além disso, espera-se que haja um enfraquecimento da procura global das principais economias na troca de moeda, no contexto da política monetária, o que vai significar menos apoio à economia da Zona Euro, e, por fim, a queda acentuada da confiança, quer das empresas quer dos consumidores.

A presidente do BCE destaca que o mercado tem suportado a atividade económica, com o aumento de mais de 600 mil postos de trabalho no segundo trimestre de 2022, e com a taxa de desemprego em mínimos históricos de 6,6% em julho, mas que o abrandamento da economia deverá levar a um aumento desta taxa.

Preço do gás deverá manter-se consideravelmente alto

Lagarde frisou que os dados indicam que num futuro próximo o preço do petróleo vai atenuar, mas que o do gás deverá manter-se consideravelmente alto.

Em agosto, a inflação na Zona Euro foi de 9,1%, sendo que a do preço da energia manteve-se extremamente elevada, nos 38,3%, e foi novamente a componente dominante da inflação geral.

A inflação dos bens alimentares também aumentou no passado mês para os 10,6%, refletindo em parte os altos custos relacionados com a energia, disrupções no comércio dos bens alimentares e as condições meteorológicas adversas.

A desvalorização da moeda única também contribuiu para o acúmulo de inflação e as últimas projeções apontam para uma inflação excluindo bens alimentares e energia a chegar aos 3,9% em 2022, 3,4% em 2023 e 3,2% em 2024.

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