A gigante agroalimentar anunciou, esta quinta-feira, que os preços dos produtos que vende — como os gelados da Magnum ou os sabonetes da Dove — vão aumentar em mais de 8% no primeiro trimestre uma vez que espera que a inflação acelere no segundo semestre de 2022.
A empresa, citada pelo “Financial Times”, explica que o crescimento subjacente das vendas foi de 7,3% nos três meses até março, devido ao aumento de preços em 8,3%. Já os volumes de mercadorias vendidas caíram 1%.
Quanto aos produtos de limpeza domiciliários, a inflação foi particularmente alta: a Unilever, que fabrica produtos de limpeza Cif ou os desinfetantes Domestos, elevou os preços em 12,5%, resultando numa queda de 2,9% no volume de vendas. Já os preços dos produtos de beleza e cuidados pessoais, como a Lux ou Axe, estes subiram 7,4%.
Sobre os aumentos, o CEO da empresa, Alan Jope, admitiu que a gigante está ciente “da pressão sobre os consumidores”, mas acredita que a subida de preços “é a coisa certa a fazer”.
Além do aumento de preços, a Unilever também está a apostar em alterar alguns ingredientes, como é o caso dos óleos, por opções mais baratas para evitar transpor o impacto dos aumentos de preços para os consumidores, disse Graeme Pitkethly, diretor financeiro. Os óleos de cozinha foram gravemente afetados pela guerra na Ucrânia, um grande produtor de óleo de girassol.
A empresa com sede em Londres é o mais recente grupo global a relatar aumentos acentuados de preços ao consumidor. Ao contrário do que aconteceu com a Unilever, rivais como Procter & Gamble e Nestlé conseguiram aumentar os preços sem causar queda nos volumes de vendas.