O liberalismo moderno pretende, ainda, afirmar-se como uma força dominante nos sistemas políticos da Europa. A defesa intransigente da liberdade individual em detrimento da decisão coletiva conduz à negação do conceito histórico de Estado-nação e rejeita a comunhão de interesses comuns entre os membros de uma mesma comunidade.

Apenas a interação dos interesses da coletividade, vista como um todo, uno e orgânico, gera a funcionalidade social, mas o liberalismo e as suas mais recentes tendências promovem o individualismo, em si mesmo, e negam a importância da identidade coletiva.

Será sempre pela adesão orgânica à comunidade que os indivíduos adquirem humanidade e o individualismo será sempre promotor do egoísmo, altamente tóxico ao desenvolvimento social.

O liberalismo moderno defende, embora não o assuma, que o indivíduo se preocupe muito mais com os seus direitos e despreze os seus deveres, até porque a ideia de pertença a uma entidade maior, a uma Nação, é desvalorizada. Participar no todo coletivo é exercer a cidadania e importa encontrar soluções e respeitar as diferenças, muito mais no exercício dos deveres do que na reivindicação dos direitos.

Nas sociedades liberais tende a suprimir-se os valores perenes e identitários do povo, promovendo-se a dispersão em desvalor da coesão. Também não permitem, ao contrário do que apregoam, a defesa intransigente da liberdade, antes são sociedades que freiam o indivíduo em troca da garantia dos seus meios de existência. Aliás, os políticos liberais foram reduzidos a caixas de ressonância de lóbis económicos e as suas teorias, apologetas de que as nações não passam de mercados.

O liberalismo promove o direito a discordar dos credos, dos costumes e das autoridades instituídas em termos políticos ou religiosos, pondo-as perigosamente em causa. Ora o liberalismo, tornou-se hoje incredível, é inadequado da perspetiva da solução dos problemas reais da sociedade e tem uma lente esquizofrénica de ver o mundo. É um dos principais fatores desagregadores da família e hoje está unicamente ao serviço de uma classe privilegiada e economicamente favorecida.

A existência social do homem, que os liberais sempre quiseram negar, subordina-se ao bem comum e é exatamente isto que as novas iniciativas liberais estão apostadas em continuar a recusar.