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Inquérito/CGD: Deputados concordam que BdP “nunca alertou” para perigos sistémicos

O Banco de Portugal (BdP) “nunca alertou a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o perigo” de operações para o sistema financeiro nacional, aprovaram hoje por unanimidade os deputados com base numa proposta do PSD.
  • Caixa Geral de Depósitos
17 Julho 2019, 21h17

Para os deputados, “o Banco de Portugal, na liderança de Vítor Constâncio, embora munido de toda a informação que lhe permitia concluir pelo risco sistémico que se estava a criar com a concentração de empréstimos para aquisição de ações do BCP, nunca alertou a CGD para o perigo que, no seu conjunto, ou individualmente, tais operações estavam a criar para o sistema financeiro nacional”.

A proposta foi aprovada por unanimidade durante as votações das sugestões dos partidos relativos a alterações e aditamentos ao relatório da segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, que decorreram na Assembleia da República, em Lisboa.

A votação da proposta gerou algum debate entre PS e PSD devido à presença original do conceito de “irracionalidade” das operações, que depois passou a “falta de racionalidade económica” das mesmas, tendo a formulação final, sugerida por António Leitão Amaro, do PSD, ficado com a palavra “perigo”.

Os deputados da II Comissão de Inquérito à Recapitalização e Gestão da CGD estão hoje a discutir e votar as propostas de alteração dos grupos parlamentares ao relatório final preliminar, que foi apresentado na segunda-feira pelo deputado relator João Almeida (CDS-PP).

O objetivo é os trabalhos ficarem fechados hoje e o relatório final ser discutido na sexta-feira em plenário (o último da legislatura).

No início desta reunião houve a aprovação do texto base do relatório final, que junta ao relatório preliminar as propostas de alteração consensualizadas (que contaram com o apoio de todos os deputados).

As propostas de alteração consensualizadas foram decididas numa reunião de duas horas ao início da tarde de hoje, à porta fechada, sem a presença da comunicação social. Contudo, houve um erro dos serviços e cerca de 50 minutos da reunião foram transmitidos pelo Canal Parlamento.

Os deputados estão agora a debater e votar as propostas de alteração dos partidos que não obtiveram consenso, sendo que só no final destes trabalhos será votado o relatório final desta comissão de inquérito à CGD.

O relatório preliminar da comissão de inquérito à CGD conclui que o banco público “não foi gerido de forma sã e prudente”, que a grande maioria das perdas teve origem em créditos dados no mandato da administração liderada por Santos Ferreira, acusa o Banco de Portugal de pôr em causa a utilidade da supervisão e critica os governos que não agiram apesar dos alertas feitos.

O empresário Joe Berardo, grande devedor da CGD, e o ex-governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio (que foi também líder do PS) foram os “protagonistas” da comissão de inquérito parlamentar.

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