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Internacionalização ibérica foi catalisador de recuperações e será forma de afirmação na Europa

Apesar da dimensão reduzida das economias espanhola e portuguesa, a sua afirmação no contexto internacional tem sido inegável e um motor de recuperações após as mais recentes crises. Ainda assim, há espaço para aprofundamento, defenderam os oradores do painel do X Seminário Ibérico de Economistas.
24 Maio 2023, 12h29

A internacionalização foi fulcral no desenvolvimento económico da Península Ibérica, sobretudo nos últimos anos, num processo que conferiu Portugal e Espanha de maior resistência a choques externos negativos, ao mesmo tempo que contribuiu para a afirmação de ambos os países no panorama europeu.

A ideia foi defendida pelos oradores do painel ‘As Relações Ibéricas no contexto europeu e global’, realizado no X Seminário Ibérico de Economistas, um evento organizado na Ordem dos Economistas portuguesa com a colaboração do Conselho General de Economistas espanhol e do qual o Jornal Económico é media partner.

Apesar de ser um par de economias que, mesmo em conjunto, é uma pequena gota no oceano da economia mundial, a relevância da Península Ibérica tem vindo a crescer no comércio internacional. Isso mesmo foi sublinhado por Gonzalo Solana González, diretor da Cátedra Nebrija Santander de Internacionalização de Negócios, que vê nesta dimensão o “catalisador das últimas recuperações”.

Esta aposta na exportação e internacionalização “produziu uma mudança estrutural” na economia ibérica, que “ não perdeu quota de mercado, ao contrário de países como Alemanha ou França, face à emergência de um gigante como a China”.

Por outro lado, o “relacionamento político bilateral tem sido marcado por momentos de grande cooperação” entre ambos os países, considera o embaixador Mário Godinho de Matos, o que facilitou a afirmação espanhola e portuguesa no contexto internacional. Ainda assim, acrescenta Paulo Neves, presidente do IPDAL – Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas, falta uma estratégia mais coordenada.

Afastando-se da ideia de agendas únicas, o presidente do IPDAL defende uma maior coordenação entre os dois países, de forma a afirmarem uma posição reforçada de promoção de objetivos comuns. Isto é particularmente relevante no panorama atual de relocalização de indústrias e near-shoring, em que Portugal pode fazer uso da sua posição estratégica como “uma país euro-atlântico”.

Um exemplo positivo para os países ibéricos foi conseguido com a questão da crise energética, que expôs a fragilidade da Europa Central no que toca ao fornecimento de energia. Exemplos como este darão força aos dois países para promoverem medidas mais vantajosas para si, mas também para a Europa, como os acordos com o Mercosul, México e Chile, perspetiva Carla Sequeira, secretária-geral da CIP – Confederação Empresarial Portuguesa.

“Temos de nos juntar com mais força e conseguir contrapor esta barreira dos Pireneus, que acontece em muitos temas”, resumiu a representante da CIP.

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