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Mélenchon interrogado durante cinco horas por fraude com fundos europeus

Nas presidenciais francesas de 2017, o então candidato perdeu a corrida logo na primeira volta. O partido do político francês está a ser investigado por, alegadamente, ter desviado fundos da União Europeia para pagar a funcionários partidários, que conduzem atividades políticas em França. Além disso, a justiça gaulesa investiga alegadas irregularidades nos gastos da campanha de 2017.
  • Lionel Bonaventure/REUTERS
19 Outubro 2018, 14h08

O ex-candidato às últimas eleições presidenciais de França Jean-Luc Mélenchon, que está a ser investigado pelo uso fraudulento de fundos da União Europeia e por alegadas irregularidades nos gastos da sua campanha eleitoral de 2017, foi interrogado esta quinta-feira durante cinco horas.

Jean-Luc Mélenchon é o presidente do La France Insoumise (“França Insubmissa”), partido de esquerda criado em 2008 e oficializado em 2016 para concorrer às presidenciais do ano seguinte. O partido, que reuniu o apoio eleitoral de diversos partidos de esquerda fora da Assembleia Nacional Francesa, já veio a público afirmar que esta investigação não passa de um “ataque” à organização e a Mélenchon, baseado em “elementos inventados”.

O partido do político francês está a ser investigado por, alegadamente, ter desviado fundos da União Europeia para pagar a funcionários partidários, que conduzem atividades políticas em França. Além disso, a justiça gaulesa investiga alegadas irregularidades nos gastos da campanha de 2017.

Dois dias antes do interrogatório, a sede do La France Insoumise já tinha sido revistada pelas autoridades, proporcionando uma triste cena entre Mélenchon e um polícia. O caso está a ganhar dimensão, deixando a imagem do político de 67 anos, que já foi ministro da Educação em meados dos anos 2000, fragilizada. O político foi filmado por jornalistas a impor-se fisicamente sobre um polícia gritando – “Eu sou a República. Eu sou deputado” -, enquanto instava outros membros do partido, no local, a reagir contra a polícia.

O momento gravado ocorreu na sequência de a polícia ter bloqueado uma porta da sede nacional do la France Insoumise. “Nós, não somos bandidos. Nós, não somos bandidos ”, disse Mélenchon tentava ter acesso à porta fechada pela polícia. Em reposta, as autoridades bateram no político que deu a cena por terminada ao afirmar: “Veremos quem tem a última palavra”.

Mais tarde o partido reagiu, em comunicado, informando que as buscas realizadas foram um “um ato de agressão política”, levado a cabo “por mais de 100 polícias”.

Após este episódio, a justiça francesa abriu uma nova investigação para averiguar o ocorrido na sede nacional do La France Insoumise. “[Vamos analisar] ameaças ou atos de intimidação contra as autoridades e violência contra pessoas que obstruam a autoridade pública”, afirmou um porta-voz.

La France Insoumise não é caso único

O partido de Mélenchon não é o único a ser investigado por alegada utilização indevida de fundos de Bruxelas. Marine Le Pen e o seu partido de extrema-direita também foram ‘apanhados’ numa investigação sobre o uso de funcionários partidários com atividade política em França, mas que estavam na folha de pagamento da União Europeia.

Nas presidenciais de 2017, Mélenchon perdeu a corrida logo na primeira volta. O político conseguiu apenas 19,58% dos votos, numa eleição que acabou vencida, à segunda volta, por Emmanuel Macron.

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