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Investigação do Porto entre os projetos escolhidos pelo consórcio mundial de combate à Covid-19

O consórcio mundial de combate à COVID-19, liderado pela IBM, pretende “premiar” os melhores projectos com acesso ao elevado poder de processamento de mais de 30 supercomputadores.
13 Junho 2020, 20h00

Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, foram criadas várias frentes para combater a pandemia. Uma delas foi o lançamento do COVID-19 High Performance Computing Consortium, uma iniciativa público-privada apresentado no final do mês de março, que tem como objetivo tirar partido das capacidades de supercomputação de mais de 30 supercomputadores em todo o mundo.

Este consórcio, liderado pela tecnológica IBM, oferece à investigação um poder de processamento total superior a 420 petaflops, para ajudar rapidamente investigadores de todo o mundo a encontrarem formas de combater Covid-19. Estes recursos são, no entanto, apenas disponibilizados a propostas de projetos que possam criar maior impacto, tanto na criação de terapêuticas, como de uma possível vacina e no desenvolvimento de modelos preditivos para avaliar a progressão da doença.

Entre os 40 projetos aprovados até ao momento em todo o mundo, há um trabalho português liderado por Maria João Ramos, professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que visa a descoberta de fármacos contra a protéase principal do vírus da Covid-19.

Este projeto, da responsabilidade do grupo de Bioquímica Computacional / LAQV, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, está a ser desenvolvido com o apoio da IBM através da plataforma Extreme Science and Engineering Discovery Environment (XSEDE) e tem como objetivos principais:

  • A determinação do mecanismo de acção da protéase principal do vírus SARS-CoV-2, que provoca a COVID-19 (a protéase principal do vírus é uma enzima fundamental para a sua sobrevivência no hospedeiro humano, sem a qual este não consegue replicar-se)
  • A apresentação de uma lista de compostos inibidores da protéase principal do vírus, com potencial para servirem de base para o desenvolvimento de fármacos para tratar infecções pelo vírus.

Maria João Ramos refere que esse “grupo de investigação está muito habituado a trabalhar na descoberta de fármacos e temos tido várias consultorias de empresas nacionais e internacionais nesse sentido” . “É, pois, com enorme entusiasmo e dedicação que o nosso grupo está a desenvolver este projeto que assume particular importância para nós, dado o significado que o mesmo assume actualmente e o seu impacto a nível mundial”, afirma a especialista.

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