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Investigadora do LNEC defende melhor definição da estratégia da regulação no setor da água

Rita Amaral, investigadora do LNEC e membro da Lis-Water, lembrou que a próxima década traz o Plano Estratégico para o Setor de Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais (PENSAARP 2030)  e que “é fundamental” o planeamento da regulação do setor da água. Posição foi conhecida no no último dia da ‘Portugal Smart Cities Summit 2020’, cimeira organizada pela Fundação AIP, na qual o Jornal Económico é media partner.
  • Rita Amaral, Investigadora do LNEC e membro da equipa do LIS-Water, na conferência ACQUALIVE: “Ambiente, Sustentabilidade e Cidades Inteligentes”, a Portugal Smart Cities Summit 2020
24 Setembro 2020, 13h02

A investigadora do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e membro da Lis-Water Rita Amaral defendeu esta quinta-feira que o setor da água seja “mais smart [inteligente] nos mecanismos de planeamento e responsabilização do setor”, apelando à definição clara da estratégia da regulação nas áreas de atividade cujo core business é a água.

“Devia estar claramente definida uma estratégia para a regulação deste setor em ciclos quinquenais, em que fosse claramente definido os objetivos e de que forma se avaliam o cumprimento do regulador neste setor”, afirmou a investigadora durante a sua apresentação, sobre “sustentabilidade infraestrutural dos serviços de água”, no último dia da ‘Portugal Smart Cities Summit 2020’, cimeira organizada pela Fundação AIP, na qual o Jornal Económico é media partner.

Rita Amaral lembrou que a próxima década traz o Plano Estratégico para o Setor de Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais (PENSAARP 2030)  e que “é fundamental” o planeamento da regulação do setor da água.

Porquê? A investigadora defendeu que uma melhor ação das entidades reguladoras no setor da água “é muito importante para alcançar uma estabilidade ao nível das políticas regulatórias”, mas também porque a forma como o setor é atualmente gerido “não levará” Portugal aos objetivos pretendidos.

Numa apresentação suportada por esquemas gráficos, a investigadora do LNEC argumentou que “há espaço para melhoria”, alertando que no que respeita à ação das entidades gestoras sobre as suas infraestruturas “a situação é mais alarmante no caso das águas residuais”.

Para Rita Amaral a questão é simples. Nos últimos vinte anos “houve um forte investimento nas infraestruturas de águas”, o que significa que o investimento necessário agora é nas formas e modelos de gestão dessas infraestruturas. Caso contrário, “nas décadas seguintes a situação vai tender a agravar-se”.

“Este património requer uma gestão muito mais inteligente”, afirmou.

No que respeita às infraestruturas no setor da água, Portugal tem hoje uma rede de abastecimento de água e de águas residuais superior a 175 mil quilómetros de perímetro. “Daria para percorrermos mais de 300 vezes o país de norte a sul e mais de 4 vezes a volta ao mundo”, ilustrou Rita Amaral.

Ao longo da sua apresentação, a investigadora foi apelando a que o setor da água fosse alvo também de melhores mecanismos de comunicação. “O setor da água precisa de ser muito mais smart e trendy [um tendência] aos da opinião pública. O setor da água tem de estar mais na moda, tem de ser mais falado e tem de vir para o topo das nossas preocupações”, afirmou, lembrando que as preocupações com o recurso natural água tem de estar ao mesmo nível de preocupações globais como alterações climáticas ou o uso excessivo do plástico.

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