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Investigadores criam ferramentas para combater ‘cyberbullying’

Nestes recursos são facultadas estratégias para motivar os diferentes públicos no uso mais seguro da internet.
3 Abril 2017, 12h48

Segundo um comunicado enviado hoje pela Universidade de Coimbra (UC), há novas ferramentas que constituem um guia para alunos, pais e escolas e que já se encontra disponível online, no combate ao ‘cyberbullying’.

Estes meios resultam do projeto europeu de investigação denominado ‘Beat cyberbullying: Embrace safer cyberspace’, que envolve especialistas de variados países, como Chipre, Espanha, Itália, Noruega, Portugal, Reino Unido, República Checa e Turquia, informa a Lusa.

Financiado pelo programa ‘Erasmus+’, da União Europeia (UE), o projeto conta com a participação de duas docentes da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC (FPCEUC), Armanda Matos e Ana Maria Seixas.

Os recursos produzidos pelos investigadores dos oito países parceiros do projeto “fornecem conhecimentos básicos, conselhos práticos e orientações para ajudar alunos, pais e escolas a evitar os resultados indesejados deste fenómeno que, em Portugal, apresenta uma taxa de prevalência de 7,6% de vítimas”, de acordo com um estudo anterior, realizado também pela FPCEUC, sob coordenação de João Amado.

“Nestes recursos são facultadas abordagens e estratégias para motivar e envolver os diferentes públicos no uso mais seguro da Internet e na luta contra o ‘cyberbullying’, sintetiza Armanda Matos.

Os guias elaborados no âmbito do projeto podem ser obtidos gratuitamente aqui. O videojogo, dirigido a um público mais novo, pode ser instalado em http://www.becybersafe.org/becybersafe-game/

A primeira fase do projeto, realizada nos últimos dois anos, integra um estudo, junto de crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre os nove e os 14 anos. As conclusões mostram que “há muito trabalho a fazer para prevenir o fenómeno, nomeadamente ao nível da sensibilização das crianças e dos adolescentes para os potenciais riscos da comunicação mediada pelas tecnologias”, salienta a docente.

Os participantes no estudo revelaram, entre outras informações, “que partilham informação privada nos seus perfis de redes sociais, e afirmam que têm necessidade de receber formação sobre as várias vertentes do problema”, ou seja, “quer em termos de prevenção do ‘cyberbullying’, quer sobre o uso das tecnologias” No entanto, os resultados da primeira fase do estudo mostram que os alunos dizem “desconhecer se as suas escolas têm ou não medidas para prevenir e lidar com esta nova forma de violência”.

De tal modo que, tal como frisa Armanda Matos, “é necessário um trabalho de consciencialização contínuo porque o ‘cyberbullying’ tem uma audiência muito mais ampla que o ‘bullying’ tradicional, pode ocorrer 24 horas, sete dias da semana e permite o anonimato (ou a ilusão de anonimato) a quem o pratica”, explica.

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