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Investigadores criam supermadeira tão resistente que pode substituir o aço

Produto apresenta 12 vezes mais resistência que a madeira comum e pode ser usado em automóveis, aviões, edifícios ou em qualquer aplicação em que se use aço.
  • Foto Universidade de Maryland
18 Fevereiro 2018, 18h28

Uma madeira mais resistente do que a natural e mais forte do que ligas de titânio é a última invenção de dois engenheiros da Universidade de Maryland, nos EUA.

Em entrevista à BBC, Liangbing Hu, professor-associado de Ciência e Engenharia de Materiais da universidade e líder da equipe que desenvolveu o projeto, considerou a supermadeira é “uma solução promissora na busca por materiais sustentáveis e de alto rendimento”, adiantando que o produto final apresenta 12 vezes mais resistência que a madeira comum e pode ser usado em automóveis, aviões, edifícios ou em qualquer aplicação em que se use aço.

A supermadeira é fabricada em duas etapas: a primeira consiste num tratamento químico para a extração parcial da molécula chamada lignina, um dos polímeros mais comuns do planeta e o elemento que confere à madeira a sua rigidez.

Depois, a madeira é comprimida a um calor de 100ºC, o que “espreme” as fibras de celulose e reduz a grossura do produto final em cerca de 80%. Esta compressão destrói eventuais defeitos na madeira, como buracos ou nós. Mas o mais importante é que suas fibras ficam tão próximas entre si que formam fortes elos de hidrogénio.

A lignina é retirada para evitar que fiquem espaços vazios entre as fibras, explica Hu. Mas essa remoção é apenas parcial porque “se comprimíssemos a madeira depois de extrair a lignina totalmente, a estrutura inteira do material colapsaria”.

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