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Investigadores da Universidade de Coimbra estudam possível tratamento para Alzheimer

Uma equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular descobriu um possível novo alvo terapêutico para esta doença neurodegenerativa.
  • Edifício da Universidade de Coimbra
5 Maio 2020, 17h08

A degeneração progressiva e morte dos neurónios, especialmente na zona do hipocampo, a região do cérebro responsável pela formação e consolidação de memórias não tem, até este momento, terapia eficaz. Esta realidade poderá vir a ser alterada graças à descoberta de um novo alvo terapêutico para a doença de Alzheimer, o que representará um passo importante para o tratamento desta doença neurodegenerativa.

Segundo o último relatório da Alzheimer Europe estima-se que em 7,8 milhões as pessoas com demência na União Europeia (UE27), número que deverá duplicar por volta de 2050.

A investigação publicado na revista científica Molecular Therapy – Nucleic Acids é realizada  por uma equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, coordenada por Ana Luísa Cardoso e Ana Teresa Viegas e Ana Teresa Viegas, que conta com a participação de Vítor Carmona, Elisabete Ferreiro, Joana Guedes, Pedro Cunha, Ana Maria Cardoso, Luís Pereira de Almeida, Catarina Resende de Oliveira e João Peça e a colaboração de João Pedro de Magalhães, investigador da Universidade de Liverpool, Reino Unido.

Os investigadores procuraram microARNs. Isto é, procuraram pequenas sequências genéticas com um papel regulador nas nossas células, que fossem possíveis alvos terapêuticos inovadores para a doença de Alzheimer, tendo filtrado o C como alvo promissor para este tipo de estratégias.

“Uma das principais fases deste estudo focou-se no desenvolvimento de uma estratégia lentiviral, ou seja, uma ferramenta de expressão de um vírus, capaz de entregar o microARN-31 aos neurónios e passível de ser entregue no cérebro do modelo animal da doença de Alzheimer”, explica Ana Teresa Viegas, primeira autora do estudo. Posteriormente, adianta “quisemos avaliar a deposição de placas beta amilóide, a função neuronal e o comportamento dos animais após a injeção do microARN, e avaliar se existiam melhorias quando comparado com animais não tratados com a sequência genética”.

A próxima fase do estudo será dedicada a compreender a utilidade do uso do microARN-31 no desenvolvimento de estratégias terapêuticas para outras doenças neurodegenerativas.

O estudo foi financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundação para a Ciência e Tecnologia, Bial e programa Marie Curie.

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