Investimento na floresta com evolução positiva mas insuficiente

O investimento na floresta teve em 2021 uma evolução “ligeiramente positiva” mas insuficiente para alcançar as metas definidas para o setor, indica um barómetro divulgado pelas associações Zero e Centro Pinus.

No barómetro de investimento florestal as duas associações destacam como positiva a rearborização com pinheiro-bravo e alertam para a necessidade de melhorias nas faixas de gestão de combustível, na nova floresta com espécies distintas dos eucaliptos, pinheiro-bravo e sobreiro, e execução de investimento em floresta com apoios públicos.

Nas contas do barómetro a evolução ligeiramente positiva em todos os indicadores mostra também que “ainda existe um longo caminho a percorrer até que o investimento florestal seja suficiente para alcançar as metas políticas definidas”.

O barómetro integrou quatro indicadores, a execução financeira do principal programa de apoio ao investimento em floresta (Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 – PDR 2020, neste caso em relação a 2022), a gestão de combustível, a recuperação pós incêndio da resinosa autóctone pinheiro-bravo, e a área de nova floresta de espécies com maior expressão territorial (eucalipto, sobreiro e pinheiro-bravo).

“Apesar da expressão territorial da floresta no nosso país, apenas 6% da verba total do PDR2020 em 2022 foi destinada às medidas mais importantes para o investimento florestal. E a execução financeira destas medidas também foi inferior à global do referido programa (48% face a 78%)”, diz-se num comunicado divulgado pela associação ambientalista Zero.

Afirmando que a rearborização de pinheiro-bravo registou 9.364 hectares (ha) em 2021 e ultrapassou a área considerada necessária para repor a área perdida, que em 2020 tinha sido apenas de 1.709 ha, as associações frisam que “mais urgente do que rearborizar, é gerir a regeneração natural que se segue aos incêndios”.

Segundo o documento, em 2021 foram arborizados 1.964 ha com espécies com menor representatividade territorial (que não eucaliptos, sobreiro e pinheiro-bravo), o que representou 33% da meta definida no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica em 2050.

“O pinheiro-manso representou 48% desse valor. Esperava-se uma maior aposta na arborização com outras espécies autóctones que não o pinheiro-bravo, o sobreiro e mesmo o pinheiro-manso, mas tal parece não estar a acontecer”, diz-se no comunicado.

As duas associações exigem uma melhor monitorização das políticas públicas, porque a existência de dados fiáveis são um pré-requisito indispensável para as avaliar e, se necessário, ajustar.

O barómetro foi produzido no âmbito do Projeto ForestWatch, que é financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega e promovido pela Zero em parceria com o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho, que tem como objetivo promover a sustentabilidade do pinheiro-bravo na floresta portuguesa.

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