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Irão recusa confirmar ensaio de míssil balístico deste fim-de-semana. E deixa aviso à Casa Branca

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano assegura que os mísseis balísticos do país “não foram projetados para carregar uma ogiva nuclear”, mas para atuar no “campo da legítima defesa”.
  • Raheb Homavand / Reuters
31 Janeiro 2017, 13h49

O Governo do Irão não confirma o ensaio de míssil balístico levado a cabo pelo país este fim de semana e adverte que a questão dos mísseis não consta no acordo nuclear assinado em julho de 2015 entre Teerão e a ONU. Em defesa do Irão, a Rússia defende que o acordo não estabelece “qualquer proibição para o Irão quanto à realização destas ações”.

À margem de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, solicitada pelos EUA, para analisar o último ensaio realizado pelo Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, terá dito que “a questão dos mísseis não faz parte do acordo nuclear”. E garante que os mísseis balísticos do país “não foram projetados para carregar uma ogiva nuclear”, mas para atuar no “campo da legítima defesa”.

Mohammad Javad Zarif diz ainda que espera que o caso levantado ao programa de mísseis balísticos do Irão não seja um “pretexto para jogos políticos” por parte da nova administração da Casa Branca para criar novas tensões entre os dois países. Depois de Donald Trump ter anunciado a proibição de cidadãos provenientes de sete países considerados “perigosos” – o Irão incluído –, o Governo iraniano anunciou também o fecho das fronteiras aos cidadãos norte-americanos.

A Rússia, em defesa do Irão, fez saber que a realização do ensaio de um míssil por parte do país não viola o acordo de Viena. “A resolução do Conselho de Segurança não define qualquer proibição para o Irão quanto à realização destas ações e inclui apenas um apelo ao Irão para que não efetue ensaios de mísseis capazes de serem armados com uma ogiva nuclear. Não se trata de uma proibição”, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov.

Em julho de 2015, o Irão e o grupo de membros da ONU 5+1 (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China) assinaram o acordo histórico que previa a diminuição da atividade nuclear do Irão, em troca da suspensão do boicote às exportações de petróleo impostas pela comunidade internacional.

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