António Neves, partner da EY na área de Tax Services, destaca esta quarta-feira que “Portugal tem das taxas de tributação mais elevadas da União Europeia” (UE) no que toca ao Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) e defende o desaparecimento progressivo da derrama estadual criada pelo Fundo Monetário Internacional.
Na Conferência sobre o Orçamento de Estado para 2022 (Oe2022), Neves disse que a proposta aprovada na generalidade é “mais vocacionada para as famílias e não se dedica às empresas”. Nesse aspeto, indica as disparidades tributárias de Portugal em relação à UE, mas também à OCDE.
Entre IRC, derrama municipal e estadual, e tributação autónoma, “estamos a falar de taxas de trinta e muitos por cento”, explica. “Numa altura em que está muito em voga o plano da OCDE que fala de uma taxa mínima global de 15%, uma empresa em Portugal pode ultrapassar os 30%. Estamos a falar das grandes empresas, mas são elas que criam emprego e fazem investimento”.
Por isso, defende que se deve repensar a manutenção da derrama estadual, “que foi uma medida implementada pela Troika, defende, uma vez que esta até tem aumentado e deve ser alvo de uma eliminação progressiva”.
“Há margem para termos uma visibilidade diferente sobre a tributação futura, o que não foi feito neste Orçamento de Estado”, conclui.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com