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Irmão de Kim Jong-un foi morto com gás “altamente tóxico” usado em guerras químicas

Kim Jong-nam, de 46 anos, morreu a caminho do hospital na semana passada, de paragem cardíaca, depois de ter sido atacado por duas mulheres, alegadamente agentes operacionais norte-coreanas, no terminal de partidas internacionais do aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia.
  • FUJITV/via Reuters TV
24 Fevereiro 2017, 11h35

A polícia malaia anunciou esta sexta-feira que Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado com um gás letal fabricado para contextos de guerras químicas, chamado VX. Considerado uma “arma de destruição maciça”, o gás “altamente tóxico” VX, sem odor e sem sabor, terá sido disparado diretamente para os olhos do irmão mais velho do norte-coreano.

As análises feitas pelo departamento químico da Malásia ao corpo de Kim Jong-nam detetaram uma forte presença de vestígios do químico letal VX nos olhos e rosto da vítima. A acção do agente químico inibe o funcionamento adequado de uma enzima e ‘desliga’ glândulas e músculos, tornando impossível sustentar a respiração. O Centro para o Controlo e Prevenção da Doença (CDC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos descreve-o como “o mais potente” de todos os agentes que atuam sobre o sistema nervoso.

A Coreia do Norte é um dos quatro países que não assinaram o tratado da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), organização intergovernamental que procura eliminar as armas químicas, juntamente com o Egipto, Israel e o Sudão do Sul.

Kim Jong-nam, de 46 anos, morreu a caminho do hospital na semana passada, de paragem cardíaca, depois de ter sido atacado por duas mulheres, alegadamente agentes operacionais norte-coreanas, no terminal de partidas internacionais do aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia. As imagens de câmaras de videovigilância, divulgadas pela televisão japonesa, mostram que se terá tratado de um ataque deliberado e cuidadosamente planeado.

Até agora, a polícia malaia deteve duas mulheres — uma vietnamita e uma indonésia — e dois homens —um malaio e um norte-coreano e procura mais quatro pessoas suspeitas de estarem também envolvidas no crime. Uma das suspeitas terá contado à polícia que tinha sido paga para fazer o que julgava ser pregar uma partida.

Hwang Kyo-ahn, presidente da Coreia do Sul, dá como “certa” a implicação do regime norte-coreano no aparente assassinato do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-nam e afirma que “isto demonstra claramente a natureza temerária e brutal do regime norte-coreano, que usa qualquer meio para manter o poder”.

Desde 2012, altura em que Kim Jong-nam foi alvo de uma tentativa de atropelamento, que a Coreia do Sul suspeita que o líder norte-coreano Kim Jong-un tinha dado uma “ordem permanente” para eliminar o irmão. Kim Jong-nam era um dos críticos ao regime repressivo de Kim Jong-un.

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