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Irmãs paquistanesas que moravam em Espanha torturadas até a morte por maridos que queriam emigrar

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, mais de 450 assassinatos de “honra” foram registrados no Paquistão em 2021. A Human Rights Watch estima que o número real esteja próximo dos mil por ano.
25 Maio 2022, 17h58

Duas irmãs paquistanesas que viviam em Espanha foram torturadas até a morte pelos maridos depois de terem negado ajuda para emigrar do Paquistão, segundo conta o “The Independent”. Os indivíduos foram ajudados por cúmplices, incluindo o sogro de uma das mulheres. Para além de seis detidos, há dois suspeitos desconhecidos e outro parente foragido.

Urooj Abbas, 21, e Anisa Abbas, 23, terão sido casadas à força com os primos há mais de um ano e queriam agora divorciar-se.

“A família criou uma história para convencê-las a vir ao Paquistão por alguns dias”, disse o porta-voz da polícia de Gujrat, Nauman Hassan. Chegaram ao distrito de Gujrat, no nordeste do Paquistão, a 19 de maio e foram mortas a tiro no dia seguinte.

Segundo testemunhos, quando as irmãs se recusaram a assinar os papéis que permitiam que os maridos emigrassem para Espanha e exigiram o divórcio, começou uma discussão com os membros da família. A mãe das vítimas tentou proteger as suas filhas, mas foi trancada numa sala separada, disse a polícia.

As mulheres no Paquistão são muitas vezes forçadas a casar-se e arriscam-se a ser mortas por homens da família se não cumprirem as obrigações por eles estipuladas ou se expressarem opiniões contra a prática.

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, mais de 450 assassinatos de “honra” foram registados no Paquistão em 2021. A ‘Human Rights Watch’ estima que o número real esteja próximo dos mil por ano.

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