A secretária-Geral da CGTP promete intensificar a luta face à intransigência do Governo e não exclui a possibilidade de uma greve geral com a UGT. “Depende do evoluir da situação e das respostas que sejam dadas”, afirma Isabel Camarinha em entrevista conjunta à A1/Jornal de Negócios. Neste momento, nada, porém, está ainda decidido.
“O Governo e esta maioria do Partido Socialista tem que ouvir os trabalhadores, tem que ver o descontentamento e a situação que está a ser vivida pela esmagadora maioria dos trabalhadores do país e a dificuldade crescente de satisfazem as necessidades mais básicas”, justifica.
Se o Governo tem que ouvir os trabalhadores, as empresas também, acrescenta.
A CGTP considera que seria vantajoso uma redução do IVA nalguns bens essenciais. Já quanto a uma descida do IRC às empresas que promovam o aumento dos salários, Isabel Camarinha está contra. “As empresas têm a obrigação de pagar salários dignos aos seus trabalhadores, de compensar os trabalhadores pelas qualificações, competências e funções que desempenham, pela experiência adquirida”, declara. Usar a descida do IRC como moeda de troca seria “premiar o que é a obrigação das empresas”, salienta.
Na entrevista conjunta à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Isabel Camarinha, adianta que a CGTP é contra as maiorias absolutas porque quem as tem, tendencialmente, não quer ouvir os trabalhadores e com este governo diz que já se sente isso.
Neste sentido, refere que a CGTP negoceia com o Governo, mas o Governo não está a cumprir o direito à negociação, porque apresenta as suas propostas e não faz cedências.
Isabel Camarinha revela já ter pedido uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, mas ainda não obteve resposta. Pretende nessa reunião apresentar as reivindicações da CGTP, em relação ao aumento da inflação, e que passam por um aumento desde já do salário mínimo. A proposta dos 800 euros em julho já foi colocada em cima da mesa na concertação social, mas não houve resposta do governo, salientou.