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Isaltino Morais sem pressa para aceitar recandidatura pelo PSD

Presidente da Câmara de Oeiras, eleito pelos habitantes do concelho em oito ocasiões desde 1985, diz que ainda não é o momento para revelar a decisão. Apesar do apoio dos órgãos do partido e da abertura de Rui Rio para o seu regresso.
30 Março 2021, 18h00

O apoio declarado do presidente da concelhia social-democrata de Oeiras e a abertura de Rui Rio para promover o regresso do antigo autarca-modelo ao PSD não chegam para apressar Isaltino Morais no anúncio da recandidatura às próximas eleições autárquicas. O presidente da Câmara de Oeiras considera que “ainda não é o momento” para comunicar a decisão, na sequência das indicações que deixou na entrevista que concedeu na semana passada ao “Diário de Notícias”.

Isaltino Morais admitiu então que é um “candidato natural” a reeleição, dizendo que “em princípio será como independente”, mas também disse sentir-se próximo da “matriz social-democrata” do PSD de Rui Rio, reservando o anúncio final para o período entre 15 e 26 de abril.

Tido como virtualmente invencível em Oeiras, Isaltino Morais foi eleito cinco vezes nas listas do PSD (a primeira das quais em 1985), duas vezes como independente em 2005 e 2009 – depois de se desfiliar do partido, ao ver-se preterido enquanto candidato por ter sido constituído arguido por branqueamento de capitais e fraude fiscal (pelos quais acabaria por ser condenado e cumprir), corrupção passiva e abuso de poder -, e novamente como independente em 2017, derrotando o incumbente Paulo Vistas.

Na sequência de contactos com as estruturas do PSD – Ângelo Pereira, atual presidente da Comissão Política Distrital, foi o candidato social-democrata à Câmara de Oeiras em 2017 e exerceu o mandato de vereador até há poucos meses -, o presidente da concelhia social-democrata, Armando Soares, publicou nesta terça-feira no Observador um artigo em que apoia o “regresso a casa” do autarca, realçando que “após o término da marcha da justiça, não pendeu sobre Isaltino crime algum de corrupção, nem sanção assessória de perda de mandato ou sequer de impedimento do desempenho de cargos públicos no futuro”.

Sem poupar críticas ao antigo líder social-democrata Marques Mendes, que em 2005 decidiu que Isaltino Morais não poderia liderar a lista do PSD à Câmara de Oeiras, Armando Soares enumerou as realizações do autarca, descrevendo-o como alguém que “traçou um plano para Oeiras, que fez com que saísse do patamar de um concelho envergonhadamente dormitório e com milhares de pessoas no limiar da miséria, para ser um município dinâmico e competitivo, a nível não só nacional como mesmo internacional”. E conclui que os seus mandatos são “um belíssimo exemplo de social-democracia implementada no terreno, bem para além das palavras”.

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