O empresa portuguesa ISQ, especializada em serviços de engenharia, tecnologia, formação e inspeção, anunciou esta segunda-feira que assinou um protocolo de cooperação com a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no Brasil, na área de impressão a três dimensões (3D).
Em causa está a “cooperação em fabrico aditivo, contribuindo para o desenvolvimento e transferência de conhecimento, mobilidade de estudantes de graduação e de pós-graduação, mobilidade de professores e de investigadores e projetos de investigação e desenvolvimento conjuntos”, de acordo a diretora de Inovação do ISQ, Ana Cabral.
Através desta parceria transatlântica, o ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade estará encarregue de fornecer meios técnicos e infraestruturas tecnológicas para trabalhos de investigação, bem como o ensino e a capacitação, através da estrutura ISQ Academy.
“Serão desenvolvidos projetos ao nível do fabrico aditivo para ligas biocompatíveis ao nível da produção de implantes médicos, com geometrias que imitam os ossos. O foco está em criar competências relacionadas com o desenvolvimento de materiais metálicos, otimização de processos de fabrico de implantes customizados, caracterização de materiais metálicos biocompatíveis e controle de qualidade do processo de fabrico aditivo de implantes”, explica Ana Cabral.
A impressão 3D, também designada produção aditiva, é uma área na qual a empresa nacional, tem apostado por considerar “determinante” para diferentes sectores de atividade – entre os quais saúde, energia, automóvel, moldes, arquitetura, aeronáutica, Tecnologias da Informação e Comunicação ou arte – e clusters industriais.
“O ISQ está a investir em vários projetos e a criar competências nestas áreas, tendo investido cerca de um milhão de euros num laboratório inovador na área do fabrico aditivo com diferentes tecnologias implementadas para dar apoio à indústria”, afirmou, por sua vez, o presidente do ISQ, Pedro Matias.
Para o instituto com sede no Taguspark, é cada vez mais comum a utilização de impressoras 3D na produção de produtos com materiais como plástico, resina, cerâmica ou metal. Por exemplo, no sector dos moldes, o ISQ acredita que este modelo de fabrico vai revolucionar toda esta fileira, na medida em que parte dos componentes que hoje são feitos com moldes e injeção, passarão a ser impressos diretamente nas linhas de produção do cliente final.
“Esta tecnologia permite um grande processamento de materiais e a produção de peças com uma complexidade geométrica de outra forma impossíveis de fazer, resultando em poupança de energia, já que utilizam quase só o material necessário para produzir a peça”, defende o ISQ.