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Israel prepara-se para fornecer armas à Arábia Saudita

Nunca antes visto: o Estado hebraico vai enviar para a Arábia Saudita, se os Estados Unidos estiverem de acordo, um sistema de defesa aérea a laser. Cercar o Irão é o que motiva um fornecimento até há pouco impensável.
28 Junho 2022, 16h10

A cooperação contra a potência regional que é o Irão está por trás da decisão de Israel fornecer à Arábia Saudita um novo sistema de defesa aéreo com base em laser – num movimento que até agora parecia ser impensável: o Estado hebraico a fornecer armamento a um país muçulmano por causa de outro país muçulmano.

Segundo a imprensa israelita, o fornecimento deverá ser antecedido de um pedido nesse sentido ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden – que visitará os dois países no próximo mês de julho – que é de longe o maior fornecedor de armas à Arábia Saudita. Citando um documento do governo, as mesmas fontes afirmam que o sistema está disponível para todos os Estados muçulmanos que estejam interessados em combater os interesses iranianos na região do Médio oriente.

A medida, prosseguem os jornais, seria parte de um esforço liderado pelos Estados Unidos para estabelecer cooperação regional contra a ameaça de drones e mísseis de ataque iranianos e pode beneficiar ainda os Emirados Árabes Unidos, Egipto, Jordânia, Bahrein e Catar. Israel tem relações diplomáticas com o Egipto, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, mas (ainda) não com a Arábia Saudita ou o Catar.

Esta semana, o ministro israelita da Defesa, Benjamin Gantz, pareceu confirmar, pelo menos em parte, o relatório segundo o qual os militares israelitas estão em conversações a Arábia Saudita e o Catar sobre a possibilidade de organização de uma aliança regional de defesa aérea contra o Irão e falou de um possível “avanço” durante a visita de Biden.

“Estamos a construir uma ampla parceria com outros países da região para garantir um Médio Oriente seguro, estável e próspero. Entre outras coisas, isso também inclui defesa aérea”, disse Gantz. “Espero que a visita de Biden ao Oriente Médio e Israel tenha uma influência positiva e talvez até traga um avanço na nossa capacidade de agir contra a agressão iraniana na região”, disse.

Entretanto, Israel aliviou o seu alerta máximo de viagens para Istambul esta terça-feira, retornando ao nível 3 (moderado), depois de na passada semana ter alertado a população para desistir de qualquer viagem para a Turquia e de pedir o regresso imediato dos cidadãos que estivessem naquele país. O alerta máximo foi ativado porque o Gabinete de Combate ao Terrorismo do Conselho de Segurança Nacional israelita considerava muito provável a organização de atentados isolados de agentes iranianos instalados em território turco contra cidadãos israelitas.

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