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Itália autoriza saída de 29 migrantes menores do barco ‘Diciotti’

O ministro do Interior italiano autorizou esta quarta-feira que os 29 menores a bordo do barco militar ‘Diciotti’, atracado desde segunda-feira no porto de Catânia, na Sicília, vão para terra, depois de pressões de organizações nesse sentido.
  • Itália
22 Agosto 2018, 21h55

O ministro do Interior italiano autorizou esta quarta-feira que os 29 menores a bordo do barco militar ‘Diciotti’, atracado desde segunda-feira no porto de Catânia, na Sicília, vão para terra, depois de pressões de organizações nesse sentido.

A embarcação italiana tem 177 migrantes a bordo e, antes de atracar, permaneceu durante cinco dias no mar, à espera que o Governo de Itália desse autorização para dirigir-se a um porto.

“Há 29 menores a bordo do barco, que desçam. Podem descer”, disse Matteo Salvini num vídeo publicado nas redes sociais.

Os restantes 148 migrantes vão ficar no barco até que tenham indicação em contrário, o que o ministro do Interior já disse que, para já, não vai acontecer.

“Os menores podem deixar [o barco] para receber assistência. Quanto aos restantes, se a Europa existe, que o demonstre. No que me diz respeito, não vão descer mais nenhuns”, salientou o governante, ao mesmo tempo que instava a União Europeia a “despertar”.

Com esta atitude, Matteo Salvini pretende pressionar os países europeus a que acordem uma solução de recolocação destes migrantes e daqueles que cheguem no futuro à costa italiana, como foi feito em casos anteriores.

“Não está escrito em nenhuma parte que todos os barcos têm de vir para Itália e que estas pessoas têm de desembarcar em Itália (…). Se a UE não desperta, da minha parte, todos os barcos que assim chegam a Itália, podem ir” embora, realçou.

Acerca destas situações, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, pediu nas redes sociais “uma resposta forte e clara das instituições europeias e uma resposta adequada de outros países europeus”.

A decisão de manter as pessoas no barco ‘Diciotti’ da Guardia Costera italiana deu origem a diversas críticas de vários setores, incluindo membros do antissistema M5S, membro do Executivo da Liga que governa o país.

A Organização das Nações Unidas para as crianças (Unicef) e a organização humanitária Intersos foram algumas das instituições que pediram ao Governo que permitisse que os menores dsembarcassem para que recebessem assistência e começasse os procedimentos para os pedidos de asilo.

O porta-voz da Comissão Europeia Tove Ernst disse hoje que estão a decorrer contactos com “vários Estados menbros” para coordenar e dar apoio diplomático na procura de uma solução rápida para estas pessoas.

Os 177 migrantes foram resgatados na quinta-feira passada, em águas maltesas, e permaneciam no navio da Guarda Costeira italiana Diciotti, no porto de Catânia, na Sicília, uma vez que o Governo de Itália continuava a não autorizar o desembarque. Agora permite a saída dos 29 menores.

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, exige que sejam distribuídos os migrantes entre os países membros da União Europeia, apesar da embarcação que fez o resgate ser de Itália.

Malta e Itália têm protagonizado uma acesa troca de acusações nas últimas horas pelo suposto incumprimento do pacto para acolhimento entre vários países europeus dos migrantes chegados em várias embarcações aos portos italianos e malteses nos últimos meses.

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