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Jack Ma, como o milionário se tornou membro do partido comunista chinês

A adesão foi revelada pelo Diário do Povo, órgão oficial do partido, num texto que elogia as pessoas que contribuem para o desenvolvimento da China.
  • Jack Ma
28 Novembro 2018, 07h15

No artigo publicado na segunda-feira, o Diário do Povo destaca que Ma desempenhou um papel importante no desenvolvimento da iniciativa “Rotas da Seda”, um ambicioso programa de investimentos euro-asiático em infraestruturas do presidente chinês, Xi Jinping. Também é considerado um dos “principais arquitetos do socialismo com características chinesas na província de Zhejiang”, onde fica a sede do grupo Alibaba, completa o texto.

A Alibaba disse à Reuters que as ligações políticas de Ma ao partido não têm impacto nas operações da empresa. “A filiação política de qualquer executivo não influencia o processo de tomada de decisão nos negócios da empresa”, afirmou um porta-voz por email esta terça-feira.

O empresário chinês Jack Ma, fundador gigante asiático do comércio electrónico Alibaba, tornou-se, novamente, no homem mais rico da China com uma fortuna de 33,9 mil milhões de euros, segundo a avaliação da revista “Hurun Report”, revelada em outubro.

Jack Ma, de 54 anos, recuperou um estatuto que já tinha alcançado em 2014. Na origem da recuperação do “trono” está a recente capitalização de 390 mil milhões de dólares (338,5 mil milhões de euros) da Alibaba, o que tornou a gigante do e-commerce na mais valiosa da China e a décima em todo o mundo.
Fruto de circunstâncias estranhas, ele foi pioneiro da ‘web’ na China. Um dia, numa visita à Grande Muralha, conheceu Jerry Yang, um jovem da Universidade de Stanford oriundo de Taiwan e com ligações à Yahoo! Desde aí ficaram amigos e descobriram que tinham “culturas de empresa muito similares, com valores semelhantes”.

Sete anos depois tornaram-se sócios numa das parcerias estratégicas de maior alcance na Ásia. Jack conseguiu reunir mais de 100 milhões de dólares entre 1999 e 2004 provenientes de investidores internacionais institucionais, como o Softbank japonês, a Fidelity Investments e a Venture TDF China, o que lhe permitiu apostar “na convergência na cadeia de valor do comércio eletrónico, o que hoje já é copiado por outros em todo o mundo”.

Nascido em Hangzhou, na China, aperfeiçoou o seu inglês conversando com os turistas num hotel da cidade. Candidatou-se duas vezes, sem sucesso, à universidade, e por fim entrou numa faculdade local de formação de professores. Depois de se candidatar inutilmente a vários empregos, incluindo secretário do gerente de uma loja da Kentucky Fried Chicken, fez um empréstimo de dois mil dólares para fundar um site chamado China Pages. Mais tarde angariou 60 mil dólares de 18 amigos e, trabalhando no seu apartamento, fundou a firma que viria a ser a Alibaba.

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