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Japão: Eleições deverão conduzir a crescimento económico e mais estímulos monetários

Análise da gestora de ativos BlackRock indica que a reeleição de Shinzo Abe deverá ser positiva para as ações japonesas, mas negativa para a moeda e obrigações. Não são esperadas grandes mudanças na política fiscal ou monetária.
  • Alexandre Meneghini/Reuters
23 Outubro 2017, 14h55

A vitória do Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro Shinzo Abe, nas eleições deste domingo no Japão deverão trazer continuidade às políticas económicas e monetárias no país, segundo uma avaliação da BlackRock. A manutenção da maioria absoluta do partido nas duas casas parlamentares “deverá estender a vida do ‘Abenomics’, incluindo os mega estímulos do Banco do Japão (BoJ)”, referiu o banco de investimento numa nota de análise.

Este domingo, Shinzo Abe, que chegou a primeiro-ministro em dezembro de 2012, conseguiu em coligação 310 lugares, de um total de 465 assentos no Parlamento. A vitória deu-lhe aquela que é designada por ‘super maioria’.

“Vemos o resultado como medianamente positivo para as ações japonesas, apesar de as recentes fortes performances poderem espoletar tomada de lucros”, explicou a BlackRock. No entanto, os analistas da gestora de ativos vêem “os resultados eleitorais como medianamente negativos para o iene japonês e para as obrigações do Tesouro”.

O principal índice acionista japonês, o Nikkei, fechou esta madrugada em alta, a ganhar 1,11% para 21.696,65 pontos. A subir há 15 sessões consecutivas, a Bolsa de Tóquio atingiu, assim, um recorde histórico desde da criação em 1950. A moeda japonesa segue a depreciar-se 0,26% contra o dólar, nos 113,820 ienes.

“Abe irá provavelmente continuar como líder do PLD após a vitória”, referiu a BlackRock. “Não esperamos grandes mudanças na política fiscal ou monetária. Vemos uma hipótese de menos de 50-50 de o governador do BoJ, Haruhiko Kuroda, permanecer para um segundo mandato depois de o atual mandato expirar em 2018, no que seria uma primeira vez para o BoJ”.

A vitória do partido no poder é vista como o afastar da hipótese de mudanças na política monetária japonesa, que é caracterizada há vários anos por uma estratégia expansionista. Segundo a gestora de ativos, mesmo que o Kuroda seja substituído no próximo ano, o sucessor deverá manter a atual meta para as obrigações das bonds japonesas, bem como o objetivo de inflação e o programa de compra de ativos.

“Estamos otimistas sobre a economia japonesa. Os dados apontam para um ritmo sólido de crescimento, liderado tanto pelo consumo quanto pelas exportações, com o desemprego a cair para mínimos de 25 anos. No entanto, a inflação moderada deve manter as políticas do BoJ extra expansionistas”, acrescentou.

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