[weglot_switcher]

Jean-Luc Mélenchon ainda acredita que coligação de esquerda pode ser Governo em França

“Quanto maior é a convulsão, maiores são as oportunidades. A França é uma nação política, mesmo quando ela fala através da abstenção. Não minimizemos o nosso povo. Amanhã talvez acordem com uma maioria da NUPES na Assembleia Nacional e se não for o caso, vão ver a nossa força incrível”, declarou Jean-Luc Mélenchon, perante centenas de pessoas.
19 Junho 2022, 19h59

O líder da coligação de esquerda em França, Jean-Luc Mélenchon, disse que a sua força ainda pode chegar ao Governo, declarando a derrota do Presidente nas legislativas e de todos os que “tinham lições para dar” à esquerda.

“Quanto maior é a convulsão, maiores são as oportunidades. A França é uma nação política, mesmo quando ela fala através da abstenção. Não minimizemos o nosso povo. Amanhã talvez acordem com uma maioria da NUPES na Assembleia Nacional e se não for o caso, vão ver a nossa força incrível”, declarou Jean-Luc Mélenchon, perante centenas de pessoas.

O líder da esquerda francesa falava após serem conhecidos os primeiros resultados da segunda volta das eleições legislativas, indicando que a estratégia da coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES) funcionou, retirando a maioria absoluta ao Presidente, Emmanuel Macron.

“Mesmo se o resultado ainda não está completamente decidido, o que temos é uma situação totalmente inesperada, a derrota do Presidente é total e nós atingimos o nosso objetivo que era de num mês fazer cair aquele que tinha tanta arrogância”, indicou.

A questão que paira no ar agora é matemática e é saber se a esquerda terá mais votos do que as forças do Presidente, com Mélenchon a indicar que ainda pode chegar a primeiro-ministro.

“Eu quero dizer-vos que todas as possibilidades estão nas vossas mãos. Eu mudo o meu posto de combate, mas o meu compromisso continuará até ao meu último fôlego na primeira fila”, sublinhou.

Quanto a possíveis entendimentos entre esquerda e as forças do Presidente, Mélenchon diz que isso nunca será possível.

“Não há qualquer diferença a ser ultrapassada entre nós e a maioria. Nós não somos do mesmo mundo, não temos os objetivos nem temos os mesmos valores”, concluiu.

Na sala de espetáculo Elysée havia hoje ao início da noite centenas de pessoas, mas no exterior, no 18.º bairro, milhares de pessoas vieram festejar a derrota de Emmanuel Macron e o reforço da esquerda.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta no parlamento, indicam as primeiras projeções, que também apontam para uma forte subida da extrema-direita.

Caso se confirmem estes resultados, significam um importante revés para o Presidente francês, que será forçado a procurar alianças para aplicar o seu programa de reformas nos próximos cinco anos.

Segundo as primeiras projeções, a coligação Ensemble! (Juntos!) do Presidente obterá entre 200 e 260 lugares, muito longe da maioria absoluta de 289 deputados (num total de 557) na Assembleia nacional.

Já a aliança de esquerda NUPES, liderada por Jean-Luc Mélenchon, situa-se entre 150 e 200 deputados, tornando-se no primeiro grupo da oposição no Parlamento, segundo as projeções.

O partido de extrema-direita Rassemblement National (União Nacional, RN), de Marine Le Pen, garante entre 60 e 100 deputados segundo as mesmas fontes, o que representa um considerável reforço do seu grupo parlamentar.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.