[weglot_switcher]

Jerónimo: “Comemorações da Europa são acompanhadas de propaganda ideológica”

O secretário-geral do PCP considera o Livro Branco sobre o Futuro da Europa “uma operação de ilusórias opções alternativas que se constrói à margem da real situação” dos países com mais dificuldades.
25 Março 2017, 21h19

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, afirmou as comemorações dos 60 anos do Tratado da Roma são uma propaganda ideológica que visa propagar um modelo de união “esgotado” e disfarçar responsabilidades nos problemas do território.

À margem da 10ª Assembleia de Organização Regional de Aveiro, Jerónimo de Sousa enfatizou que “as comemorações são acompanhadas por uma onda de mistificação e de propaganda ideológica que tem como objetivo dar vida a um processo de integração capitalista que está esgotado, cada vez mais corroído por insanáveis contradições e incapaz de dar resposta aos inúmeros problemas dos povos da Europa”.

Rejeitando os termos da declaração sobre o futuro da União Europeia que foi assinada este sábado pelos chefes de governo dos respetivos países, o secretário-geral do PCP declara que “a crise em que está mergulhada a Europa é de tal forma profunda que os seus responsáveis e as instituições são obrigados a reconhecê-la, embora tentem iludir as suas próprias responsabilidades e remeter para o exterior do processo de integração a origem de todos esses males”.

Para Jerónimo de Sousa, o Livro Branco sobre o Futuro da Europa, editado pela Comissão Europeia no início de março, constitui assim “uma operação de ilusórias opções alternativas que se constrói à margem da real situação” dos países em maiores dificuldades.

“Aquilo de que os povos da Europa necessitam não é mais do mesmo, ainda que com novas roupagens e novos arranjos de poder. Mais União Europeia não significa mais Europa. Pelo contrário, o aprofundamento do processo de integração capitalista é um dos principais fatores de regressão social”, argumenta o dirigente político, em declarações veiculadas pela agência Lusa.

Jerónimo de Sousa reitera ainda que as declarações polémicas por parte de responsáveis institucionais da União Europeia, numa alusão às declarações do presidente do Eurogrupo, “mostram bem a visão imperial de certos círculos e a trama de intoleráveis pressões e condicionamentos a que Portugal está sujeito”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.