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Jerónimo Martins lucra 88 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022

Os resultados líquidos do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos aumentou 52,4% no primeiro trimestre de 2022, face ao período homólogo de 2021, enquanto as vendas consolidadas aumentaram 15,2% no mesmo período, ascendendo a 5,5 mil milhões de euros.
  • Inácio Rosa / Lusa
28 Abril 2022, 18h08

O grupo Jerónimo Martins (JM) apresentou no primeiro trimestre de 2022 um crescimento das vendas consolidadas da ordem dos 15,2%, para os 5,5 mil milhões de euros, informou esta quinta-feira a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos, reportando um resultado líquido de 88 milhões de euros, o que representa um aumento de 30 milhões de euros face aos resultados líquidos de 58 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2021 (um aumento de 52,4%), com o lucro operacional bruto (EBITDA) a cifra-se nos 372 milhões de euros.

“Num ambiente de grande incerteza, amplificada pela invasão da Ucrânia pelas forças militares  da Federação Russa no final de fevereiro, o notável crescimento do Grupo no primeiro trimestre  de 2022 atesta a competitividade e a qualidade e assertividade das propostas de valor de todas as nossas insígnias”, refere o grupo de Soares dos Santos em comunicado.

“Comparar o primeiro trimestre de 2022 com o período homólogo de 2021 requer algum cuidado já que o primeiro trimestre de 2021 foi marcado, por um lado, pela maior severidade pandémica e, por outro lado, pela inclusão da época festiva da Páscoa. Ainda assim, é claro que, no conjunto dos primeiros três meses deste ano, as insígnias do grupo JM apresentaram fortes desempenhos num contexto de pressão crescente e generalizada sobre os custos”.

Na Polónia, “o comportamento dos consumidores, embora tendencialmente mais cauteloso  devido ao contexto inflacionista, manteve-se positivo no início do ano. A guerra na vizinha Ucrânia reduziu de forma abrupta o índice de confiança dos consumidores polacos em março, tendo levado também, inicialmente, a uma reação de acumulação de bens alimentares, a que se juntou o fluxo de entrada de refugiados ucranianos no país”, refere a empresa. Sobre o seu posicionamento, “a Biedronka manteve uma forte dinâmica comercial, assegurando a preferência dos consumidores ao longo do trimestre, e registou um crescimento de 15,4% nas vendas em moeda local”.

“Na ausência das restrições impostas pela pandemia que caracterizaram o primeiro trimestre de 2021, a Hebe continuou a beneficiar da sua aposta numa estratégia omnicanal e viu as vendas aumentarem 28% em moeda local. As vendas online da insígnia representaram 16% das vendas totais, aumentando de 14% no primeiro trimestre de 2021”, adianta a empresa.

“Em Portugal, apesar dos primeiros sinais de pressão da inflação sobre o rendimento disponível das famílias, o Pingo Doce subiu as vendas em 6%. O Recheio aumentou as vendas em 31,6% para um nível pré-pandemia (2019), beneficiando da recuperação do canal HoReCa e da retoma da atividade turística”, refere o Grupo JM.

“Na Colômbia, o acelerar significativo da inflação alimentar que, no trimestre, atingiu 22,9%,  provocou pressão adicional num ambiente de consumo já fragilizado. A Ara implementou uma estratégia promocional intensa e com elevada aceitação, gerando um notável crescimento de vendas (mais 65% em moeda local)”, esclarece o comunicado.

“A boa evolução das vendas em todos os negócios permitiu ao Grupo JM mitigar o efeito da inflação ao nível dos custos, que aumentou a partir de março. A evolução muito favorável das margens EBITDA da Ara e do Recheio, em conjunto com este desempenho, contribuíram para que a margem EBITDA do Grupo se tenha mantido nos 6,7%, em linha com o primeiro trimestre de 2021”, diz o Grupo JM.

“Na Polónia, desde o primeiro dia da guerra na Ucrânia estivemos focados em garantir uma  resposta adequada da cadeia de abastecimento e em apoiar os notáveis esforços de todo o povo polaco no acolhimento dos ucranianos que cruzaram a fronteira. Este apoio, traduzido em donativos diretos – pecuniários e em géneros – e em outras medidas de solidariedade, cifrou-se, no trimestre, em nove milhões de euros registados na rubrica ‘Outras Perdas e Ganhos’”, refere ainda, adiantando que “o cash flow foi negativo em 196 milhões de euros (menos 21 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021), refletindo três efeitos. Primeiro, a sazonalidade do negócio; segundo, a variação do capital circulante face a uma posição excecionalmente elevada em dezembro de 2021, influenciada também pelo número significativo de aberturas de lojas no final do ano; e terceiro, o pagamento de um montante maior  de capex relacionado com as já mencionadas aberturas de loja”, refere o comunicado. O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos “encerrou março com uma posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 803 milhões de euros”.

“Em Portugal, a ausência de restrições relacionadas com a pandemia e a retoma da atividade turística contribuíram positivamente para o contexto operacional, especialmente no que respeita ao canal HoReCa”, explica o grupo, referindo que “a inflação alimentar, que foi de 5,2% no 1º trimestre de 2022 (1,6% no 4º trimestre de 2021), e a subida dos custos de energia e combustível, pressionaram o rendimento disponível das famílias”.

“O Pingo Doce manteve uma robusta dinâmica comercial, defendendo a sua competitividade e a relevância da sua proposta de valor. As vendas foram de 985 milhões de euros, um crescimento de 6,0% em relação ao 1º trimestre de 2021, incluindo um LFL de 3,5% (excluindo combustível). No período, o Pingo Doce abriu duas novas lojas, tendo encerrado uma localização. O Recheio registou uma forte recuperação de vendas em relação a um primeiro trimestre do ano anterior muito afetado pelas limitações ao funcionamento do canal HoReCa e pela ausência de atividade turística”, esclarece o comunicado.

“As vendas da insígnia cresceram 31,6% para 228 milhões de euros, com um ‘like-for-like’ (LFL) de 32,1%,  recuperando para os níveis pré-pandemia (de 2019). O EBITDA combinado do Pingo Doce e do Recheio cifrou-se em 68 milhões de euros, 12,8%  acima do 1º trimestre de 2021. A respetiva margem foi de 5,6% (que compara com 5,5% no 1º trimestre de 2021), com o forte crescimento de vendas do Recheio a permitir a recuperação da alavancagem operacional, não obstante o investimento em promoções e a inflação de custos em ambas as insígnias”, conclui o comunicado do Grupo JM.

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