[weglot_switcher]

João Duque: “Os nossos portos vão ser absolutamente irrelevantes”

O economista diz que o Orçamento do Estado para 2020 não é “o que o país precisa”, criticando a estratégia para a ferrovia. “Vamos ser o único país em bitola ibérica isolados da bitola europeia”, sustentou João Duque na conferência “Orçamento do Estado 2020”, promovida nesta quinta-feira pelo Jornal Económico e pela EY.
30 Janeiro 2020, 12h05

O economista e professor catedrático no ISEG João Duque criticou esta segunda-feira a proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), que classificou como “sem direção”, alertando para o impacto da falta de investimento na ferrovia.

“Não acho que este seja o orçamento que o país precisa”, disse no painel “Este é o OE que o país precisa?”, durante a conferência “Orçamento do Estado 2020”, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, organizada em conjunto pela EY e Jornal Económico, defendendo a necessidade de uma análise a longo prazo, que considere as gerações futuras.

“Se quiser pensar carpe diem, este orçamento coze-nos em lume brando. O que foi oferecido hoje aos portugueses são coisas que não são estimulantes. Com este tipo de Orçamento não vamos fazer o salto que acho que era interessante”, frisou.

O economista realçou que a estratégia para a ferrovia se traduz num “isolamento total da ferrovia portuguesa”, considerando que “vamos ser o único país em bitola ibérica isolados da bitola europeia”.

“Não sei para que vai servir o aumento de capacidade de Porto de Sines, porque os nossos portos vão ser absolutamente irrelevantes”, disse, questionando “como é que vamos competir se temos que fazer transferência de material que é transportado de ferrovia se depois não chega ao centro da Europa”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.