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João Leão à “Bloomberg”: “Economia está a crescer rapidamente e melhor que o esperado”

“Em Portugal, por exemplo, o PIB caiu 16% em comparação com o ano passado mas agora a economia está a crescer rapidamente e melhor do que o esperado, tanto em Portugal como na Europa”, disse o ministro das Finanças à “Bloomberg”.
11 Setembro 2020, 16h50

À saída da reunião do Eurogrupo, o ministro das Finanças português, João Leão, foi abordado pela “Bloomberg”, onde apontou que a perspetiva para o futuro ainda é “muito incerta” e que a recuperação “ainda não está completa”. Em declarações proferidas em Berlim, João Leão abordou ainda a questão de Portugal ter ficado fora do corredor aéreo britânico, a situação de Portugal face a um Brexit falhado e a reestruturação da economia portuguesa após a crise causada pela Covid-19.

“A economia europeia foi gravemente afetada pela pandemia no segundo trimestre, quando as medidas de confinamento foram implementadas. Em Portugal, por exemplo, o PIB caiu 16% em comparação com o ano passado mas agora a economia está a crescer rapidamente e melhor do que o esperado, tanto em Portugal como na Europa”, disse o ministro das Finanças à publicação, sustentando ainda que a perspetiva para o futuro”ainda é muito incerta e a recuperação ainda não está completa”.

João Leão acrescentou ainda que os setores de atividade se encontram em recuperação, embora ainda longe dos resultados apresentados antes da pandemia, como é o exemplo do turismo. “O Governo está a implementar medidas muito fortes para proteger a agricultura, o emprego e proteger os rendimentos das famílias. Estas medidas estão a ajudar a recuperar a economia e estamos a propor medidas, tanto para a Europa como para Portugal, que nos ajudem a recuperar durante este tempo”, sustentou.

Esta quinta-feira, Portugal voltou a ficar de fora da lista que decide o corredor aéreo britânico, depois do número de casos continuarem a aumentar diariamente. “O turismo foi bastante afetado, especialmente o turismo no que toca à parte britânica. O turismo interno tem estado a correr bem, como o turismo proveniente de Espanha e está a correr bem em Portugal”, afirmou à publicação.

No entanto, apesar do setor do turismo continuar a ser gravemente afetado, o ministro apontou que o Governo já está a implementar medidas específicas para apoiar o emprego no setor e para repor os níveis de procura com a ajuda de vouchers e de programas que incentivem as viagens por todo o país.

Como as negociações do Brexit deram um passo atrás, podendo afetar as relações com os restantes europeus, o ministro que seguiu a Mário Centeno aponta que caso o Brexit não aconteça “é uma quebra de confiança porque o Reino Unido não cumpriu com o acordado”, embora tenha esperança que “o Reino Unido reconsidere e mantenha o acordo” porque “é muito importante que se chegue a um bom acordo comercial para todos os envolvidos”.

Questionado sobre a possibilidade de reestruturar a economia portuguesa utilizando a crise causada pela pandemia, João Leão apontou que “parte da recuperação é colocar a economia de regresso ao estado normal”, mas que a Europa disponibilizou fundos de recuperação “muito importantes” e que estes mesmos fundos “não irão só ajudar a melhorar a economia a curto prazo mas também a reestruturar a médio prazo, melhorando a liderança na transição digital e energética e melhorar a produtividade económica”, procurando a promoção de investimentos para o crescimento económico.

Abordando também a Europa, o ministro das Finanças assinalou que os mercados “estão a ver com confiança a evolução da economia europeia” devido aos acordos alcançados, tanto que o euro valorizou face ao dólar. Face a esta consequência, João Leão admitiu que a “apreciação da moeda não deverá ir muito além” dos termos atuais, uma vez que isso teria um efeito negativo para as exportações e não contribuiria para o aumento da inflação, que se encontra em terreno negativo.

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