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João Mano recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Utrecht

Tem nas mãos uma missão admirável: prolongar a vida de pessoas que sofrem de doenças crônicas.
9 Abril 2022, 14h30

Tem nas mãos uma missão admirável: prolongar a vida de pessoas que sofrem de doenças crônicas. As palavras são de Henk Kummeling, reitor da Universidade de Utrecht, e o homem que as inspira é João Mano. Português, 54 anos, licenciado em Engenharia Química no Técnico, doutorado em Química-Física na área de polímeros, é professor catedrático no departamento de Química na Universidade de Aveiro, vice-diretor do Laboratório Associado CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e agora também Doutor Honoris Causa da Universidade de Utrecht.

“É uma grande honra, pelo simbolismo que está associado a um doutoramento honoris causa, a distinção maior que pode ser conferida por uma instituição universitária, e também pelo prestígio daquela universidade”, diz ao JE Universidades.

A Universidade de Utrecht é uma das mais antigas e importantes academias dos Países Baixos e da Europa, conta com 12 Prémios Nobel, entre antigos alunos e professores, e está sempre muito bem classificada nos rankings internacionais que comparam o desempenho das universidades. A distinção que atribui a JoãoMano fica a dever-se, como explicou o reitor Henk Kummeling, ao trabalho pioneiro no campo da medicina regenerativa e ao seu contributo para a introdução de soluções criativas com impacto significativo no campo das terapias regenerativas.

João Mano é um mago. “Constrói” tecidos em laboratório que possam ser implantados em pacientes que tenham ficado sem esses tecidos, devido a um acidente ou doença. O seu projeto mais recente consiste no reaproveitamento de matérias recolhidas durante o parto, como a membrana amniótica e o cordão umbilical, para construir tecidos que vão permitir a regeneração dos tecidos ósseos sem recurso a cirurgias ou próteses.

Do ponto de vista prático, diz-nos, “este título potencia a criação de novas pontes de ligação com a Universidade de Utrecht e torna-me quase como um embaixador da Universidade de Aveiro nessa instituição”.

Uma ligação que se reforça. “Haverá com certeza — adianta — um reforço muito significativo de ações conjuntas, quer na vertente mais de ensino, mas principalmente ao nível da investigação. Temos já lançados projetos de doutoramento comuns e certamente haverá o interesse na participação conjunta em candidaturas a projetos europeus, principalmente em área de interface entre materiais, tecnologias e saúde”. Em boa hora.

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