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João Rendeiro pode ser libertado por falta de tradutores em Portugal. Advogada vai alegar detenção ilegal (com áudio)

Ex-banqueiro vai ser ouvido num local alternativo por falta de eletricidade no tribunal. “Público” revela que falta de tradutores está a dificultar o envio do pedido de extradição para a África do Sul. Rendeiro tem de ser libertado ao fim de 40 dias.
  • Miguel Fonseca / Lusa
15 Dezembro 2021, 07h55

O ex-banqueiro em fuga da justiça portuguesa vai ser hoje ouvido numa instalação alternativa do tribunal de Verulam, cidade localizada a cerca de 30 quilómetros de Durban, no leste da África do Sul.

João Rendeiro deveria ser ouvido no edifício principal do tribunal desta cidade às 7h00 de Portugal, mas a sessão neste local foi cancelada devido à falta de eletricidade, revela a “CNN Portugal”. Outra alternativa seria a esquadra de Verulam, mas este local não tinha condições para a audição.

Nas deslocações entre as instalações, Rendeiro disse que não estava a desafiar as autoridades portuguesas, depois de ontem ter dito que não iria regressar a Portugal, segundo a “CNN Portugal”.

O “Público” revela hoje que João Rendeiro pode ser libertado por o Ministério Público português não conseguir apresentar o pedido formal de extradição dentro do limite máximo de 40 dias. As autoridades portuguesas estão a ter dificuldades na tradução das várias decisões judiciais dos três processos em que o ex-presidente do BPP foi condenado. Alguns destes processos têm centenas de páginas, com o “Público” a dar o exemplo do caso em que Rendeiro foi condenado a 10 anos de prisão: a decisão do tribunal tem 422 páginas.

As dificuldades foram assumidas ao jornal pela diretora do Departamento de Cooperação Judiciária e Relações Internacionais (DCJRI) da Procuradoria-Geral da República, Joana Gomes Ferreira, apontando que só existem dois tradutores para todos os processos do país.

Por sua vez, o “Jornal de Notícias” revela que a advogada vai alegar ilegalidades e que a sua detenção foi ilícita para pedir a sua libertação. June Marks disse ao “JN” que já está a preparar um recurso se o juiz decidir manter o banqueiro preso.

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