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John Cassavetes: há um rebelde à solta no Cinema Nimas, em Lisboa

Falar em cinema independente americano é pronunciar, alto e bom som, o nome de John Cassavetes. Rebelde com causa e determinado a expor as excentricidades da alma dos comuns mortais, o seu cinema continua a ter uma força fora do comum. Para (re)descobrir até 31 de agosto.
5 Agosto 2022, 16h45

O Cinema Medeia Nimas, em Lisboa, continua a exibir, durante o mês de agosto, o ciclo “John Cassavetes – O Verdadeiro Rebelde“, reunindo cinco filmes daquele que é um nome incontornável do cinema independente americano.

Filho de imigrantes gregos, Cassavetes entrou, em 1947, na Academia de Artes Dramáticas de Nova Iorque. Em 1950, começou a fazer teatro amador e tentou a sua sorte no cinema. Estreou-se através de uma figuração em “14 Horas” (Fourteen Hours, 1951), a que se seguiram uma série de trabalhos televisivos. Começou a aparecer regularmente em papéis cinematográficos enquanto delinquente juvenil, destacando-se em “Juventude em Perigo” (Crime in the Streets, 1956) e Edge of the City (1957).

Desiludido com a qualidade dos filmes que interpretava, decidiu-se a enveredar pela realização, mas não sem antes ter fundado, com o amigo Burt Lane, um workshop de interpretação, no qual pretendia distanciar-se do “Método” do Actors Studio, de Lee Strasberg. O exercício escolhido para mostrar o que pretendia resultou numa história intimista de amor inter-racial entre uma jovem negra e um rapaz branco: “Sombras” (Shadows, 1959), uma intimista história de amor inter-racial entre uma jovem negra e um rapaz branco. Apesar das dificuldades em arranjar um distribuidor comercial, o filme recebeu o Prémio da Crítica no Festival de Veneza.

Após uma série de desastres comerciais, regressou à sua carreira de ator, protagonizando The Dirty Dozen (“Doze Indomáveis Patifes”, 1967), Devil’s Angels (“Os Anjos do Diabo”, 1967) e Rosemary’s Baby (“A Semente do Diabo”, 1968), que lhe permitiu reunir o financiamento necessário para filmar “Maridos” (Husbands, 1970), com Peter Falk e Ben Gazzara, e também “Uma Mulher Sob Influência” (A Woman Under the Influence, 1974), filme que guindou Gena Rowlands ao estrelato.

Conciliando a carreira de ator de Hollywood com a de cineasta independente, Cassavetes foi alternando alguns filmes para majors de Hollywood com os filmes que assinava e que foram sempre marcados por uma dose elevada de improvisação, por forma a que “os pequenos sentimentos” dos seus atores, as suas idiossincrasias, fizessem a diferença no ecrã.

Três dos seus mais aclamados filmes integram este ciclo: o já referido “Uma Mulher Sob Influência, “A Morte de um Apostador Chinês” (The Killing of a Chinese Bookie, 1976) e “Noite de Estreia” (Opening Night, 1977), três dos seus mais aclamados filmes. A par de “Rostos” (Faces, 1968), considerado uma “obra-prima dos nossos tempos” e nomeado para três Óscares.

Paralelamente, outros quatro filmes de Cassavetes são exibidos em “sessões especiais“, começando pelo ‘repetente’ neste texto, “Maridos” (Husbands, 1970), a que se juntam “Tempo de amar” (Minnie and Moskowitz, 1971), “Gloria” (1979) e “Amantes” (Love Streams, 1983).

John Cassavetes continua rebelde e não perdeu força!

Consulte aqui o programa integral.

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