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Jorge Graça, NOS: “O 5G é muito mais que uma antena”

A Nos junta-se à primeira Zona Livre Tecnológica em Portugal, em Matosinhos, numa parceria com a CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, onde será, para já, testada a adoção de opções de mobilidade sustentáveis. Para a telecom esta é uma oportunidade para testar outras funções no 5G, em ambiente real. Em entrevista ao JE, o administrador da Nos, Jorge Graça, falou sobre a iniciativa e como a ZLT contribuirá para o que se chama de Sociedade 5.0.
  • Foto cedida
11 Abril 2019, 07h43

A Zona Livre Tecnológica (ZLT) de Matosinhos visa a adoção de opções de mobilidade sustentáveis, com elevado impacto ambiental e social. De forma a Nos pode contribuir para estas opções de mobilidade sustentáveis?
As soluções de mobilidade são apenas uma das vertentes. A ZLT de Matosinhos tem todo o potencial para vir a ser um primeiro passo para uma Sociedade 5.0, ou seja, uma sociedade centrada nas pessoas que equilibra o progresso económico com a resolução de problemas sociais, através de um sistema que integra de forma eficaz o ciberespaço e o espaço físico.

E isso significa exatamente o quê?
Significa que, nesse sentido, o 5G será um enabler na resposta aos desafios sociais e ambientais essencialmente através da inovação e smart approaches, alavancadas pela tecnologia. Por exemplo, numa sociedade 5.0, os desafios associados ao envelhecimento da população vão para além da preocupação em lidar apenas com um aumento das doenças crónicas associadas ao envelhecimento, mas consideram também a forma como os cuidados de saúde podem e devem ser reorganizados em função desta realidade, da transformação digital necessária no setor, incluindo o desenvolvimento de novas tecnologias. A Nos quer ser o player de referência nesta transformação da sociedade e na implementação de uma tecnologia que, sendo disruptiva, será no futuro essencial para o desenvolvimento de todo este ecossistema.

Que projetos desenvolve a Nos no Laboratório Colaborativo Smart & Sustainable Living? 
A Nos faz parte do CoLab – DTx, o que nos permite agora  fazer também parte desta iniciativa. Neste âmbito estamos a trabalhar em projetos de cybersegurança, IoT, big data e analytics e virtual assistance.

Quando vai a Nos começar a testar os seus serviços em 5G na ZLT?
Isso seria revelar a nossa estratégia. É prematuro fazê-lo e há passos anteriores a esse que ainda tem de ser dados.

A Nos prepara novas aplicações na área da mobilidade, conetividade 5G/IoT, Smart Cities. Que aplicações são essas e quando estarão disponíveis?
O 5G vai permitir o crescimento exponencial do IoT, onde cada vez mais dispositivos podem ligar-se e comunicar entre si. A nossa aposta nas Smart Cities tem permitido, através de uma estratégia de aproximação e cooperação com os Municípios e em conjunto com os nossos parceiros, construir ao longo dos últimos anos um portefólio de soluções tecnológicas que endereçam diferentes desafios e prioridades. Apps interativas que reforçam a ligação entre autarquias e cidadãos, sistemas de gestão de água, de energia e de resíduos, modernização administrativa e redução de custos operacionais, são alguns desses exemplos.

Muitas destas soluçõs já estão disponíveis. Anunciámos muito recentemtente, por exemplo, a nossa associação à Universidade de Évora e ao projeto U-Bike, para equipar o parque de bicicletas tradicionais e elétricas com o NOS Follow, uma solução tecnológica de IoT que permite fazer a gestão e monitorização dos veículos, de forma rápida, simples e em tempo real.

Essas aplicações parecem ir ao encontro do conceito “Sociedade 5.0”. O 5G será uma ferramenta essencial para a sociedade 5.0?
Acreditamos que sim. O conceito por detrás da sociedade 5.0 assenta numa premissa de crescimento exponencial de devices e sensores conectados e o mesmo apenas será possível de suportar com 5G. Mas conectividade é apenas uma das componentes e o caminho pode e deve ser iniciado já utilizando tecnologias que hoje, com a nossa rede já modernizada, somos capazes de fornecer – todas as camadas de gestão de informação e criação do ecossistema de analytics são passos da transformação em que ajudamos parceiros.

Considera existir um business case da Sociedade 5.0 em Portugal?
 Sim. Um primeiro exemplo disso são todas as iniciativas para Smart Cities em que estamos a liderar o processo de transformação. Os benefícios económicos diretos e indiretos existem quer de uma perspectiva de uma melhoria material e visível dos serviços prestados pelas autarquias quer da perspectiva de uma utilização mais eficiente dos recursos.

Sobre o 5G. Na última semana, a Vodafone anunciou a instalação da primeira antena 5G para testar a nova rede. Quando começa a Nos a testar a rede 5G?
O 5G é muito mais que uma antena exigindo uma transformação material de toda a rede de  um operador. Estamos a trabalhar de forma a poder disponibilizar todos os elementos que permitem o explorar as potencialidades da tecnologia.

Que parceiros tecnológicos terá a Nos para o 5G na fase de testes que efetua em Portugal?
A transformação é transversal a todo o ecossistema de parceiros da NOS incluindo (mas não limitado) a Nokia, Huawei, Ericsson, Cisco, Samsung, etc que nos estão a acompanhar nesta processo. .

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