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Jorge Moreira da Silva insta Rui Rio a demitir-se da liderança do PSD e convocar eleições diretas

“Em condições normais, deveria ocorrer uma mudança de liderança do PSD por iniciativa do próprio presidente. Seja, demitindo-se e agendando eleições diretas muito rapidamente de forma a permitir que uma solução de futuro surgisse”, escreve o ex-ministro em artigo de opinião publicado hoje no jornal “Expresso”.
1 Junho 2019, 20h30

O ex-ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e ex-vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, defende que Rui Rio deve demitir-se da liderança do PSD e convocar eleições diretas, possibilitando uma mudança de rumo no partido. “Em condições normais, deveria ocorrer uma mudança de liderança do PSD por iniciativa do próprio presidente. Seja, demitindo-se e agendando eleições diretas muito rapidamente de forma a permitir que uma solução de futuro surgisse”, escreve Moreira da Silva em artigo de opinião publicado hoje no jornal “Expresso”.

Sob o título “A tempo de mudar tudo?”, o artigo em causa foca-se no “resultado desastroso” do PSD nas eleições europeias de domingo passado e aponta para a necessidade urgente de “inverter esta situação” antes das eleições legislativas agendadas para outubro. “Não sei o que é pior: ter tido um resultado desastroso – o pior da nossa história – ou não ter percebido as razões para que tal tivesse acontecido, como parecem evidenciar as declarações de Rui Rio na noite eleitoral e no decorrer desta semana”, critica Moreira da Silva, ex-vice-presidente do PSD (durante a liderança de Pedro Passos Coelho), atualmente no cargo de diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE.

“Em condições normais, deveria ocorrer uma mudança de liderança do PSD por iniciativa do próprio presidente. Seja, demitindo-se e agendando eleições diretas muito rapidamente de forma a permitir que uma solução de futuro surgisse. Seja, em alternativa, permitindo, como fez António José Seguro, que outro ou outros pudessem com ele disputar – em eleições primárias abertas a eleitores do PSD e não apenas a militantes do PSD – a nomeação do candidato do PSD à função de primeiro-ministro”, defende o ex-ministro no artigo, depois de enumerar uma série de causas para a derrota do partido.

“Dado que Rui Rio não criou estas condições de clarificação ou de refrescamento antes das legislativas, resta-nos esperar que tenha compreendido plenamente a razão do desastre eleitoral nas eleições europeias e altere drasticamente a sua estratégia política até às eleições legislativas”, sublinha.

“Da minha parte, apesar das funções internacionais que desempenho a partir de Paris e apesar de não ter qualquer função partidária, não abdico da minha responsabilidade política e do meu compromisso cívico. Como venho fazendo nos últimos oito anos, enquanto fundador e presidente do think-tank Plataforma para o Crescimento Sustentável, que junta mais de 500 pessoas, na sua esmagadora maioria sem qualquer filiação partidária, continuarei empenhado na reflexão, desenho e discussão de novas políticas públicas que permitam libertar o potencial de crescimento e de desenvolvimento social, económico e ambiental de Portugal. Queremos Portugal no futuro. Empenhei-me na construção de uma visão pós-troika. Agora, é preciso construir uma visão pós-geringonça“, conclui Moreira da Silva.

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