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José Sócrates esteve no Brasil duas semanas em abril e depois em maio

Arguido no processo extraído da ‘Operação Marquês’, está sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR). Em abril e maio, pelo menos, Sócrates esteve no Brasil.
20 Maio 2022, 16h21

José Sócrates admitiu em vídeo que permaneceu durante, pelo menos, duas semanas seguidas no Brasil este ano.

A admissão foi feita em meados de abril durante a emissão do programa no YouTube “Giro das 11”, disponível online. “O Novo Giro das Onze estreia com dois convidados de peso: o ex-Primeiro Ministro de Portugal, José Sócrates, e o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, um dos intelectuais mais importantes do mundo”, segundo a descrição do programa.

“O Sócrates vai ficar no Brasil mais tempo?”, perguntou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos durante o programa emitido em direto.

“Vou ficar mais duas semanas”, respondeu o ex-primeiro-ministro.

Passado um mês, a 16 de maio, José Sócrates foi entrevistado no programa “Horário Nobre” do canal do YouTube AllTV em São Paulo. “O entrevistado no Horário Nobre, é o ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates. Ele fala de sua vida, dos embates políticos e do processo judicial contra ele levado a cabo pela “Operação Marquês”. Aborda ainda os novos rumos da esquerda e do governo do primeiro-ministro socialista António Costa”, pode-se ler na descrição do programa.

José Sócrates tem viajado para o Brasil durante períodos de semanas sem comunicar às autoridades portuguesas, revelam esta semana a “Visão” e o “Correio da Manhã”.

Arguido no processo extraído da ‘Operação Marquês’, está sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR) que determina que um arguido tem de comunicar a sua localização se se ausentar durante mais de cinco dias, ficando obrigado a comunicar a nova morada.

O antigo primeiro-ministro tem se deslocado a São Paulo onde está a tirar um doutoramento na Universidade Católica de São Paulo e onde tem vários amigos do Partido dos Trabalhadores liderado por Lula da Silva.

À “SIC Notícias”, o antigo primeiro-ministro diz que não se sente “obrigado a comunicar ao tribunal” estas ausências.

A “Lusa” revelou hoje que o Ministério Público apresentou um requerimento para José sócrates explicar porque é que viajou para o estrangeiro sem comunicar ao tribunal. O seu advogado, Pedro Delille, disse à agência que “José Sócrates continua a residir na Ericeira e nunca se ausentou em termos que o obrigassem a comunicar nova residência onde pudesse ser encontrado”.

O advogado destacou também que o “MP não tem competência para pedir a reavaliação da medida de coação motivada pela ausência”. No entanto, revelou estar a ““ponderar fazer uma exposição à juíza do processo relativamente às viagens, para que não haja equívocos”, afirmou, citado pela “Lusa”.

José Sócrates vai a julgamento por suspeitas de três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos. Antes, esteve acusado pelo Ministério Público no processo ‘Operação Marquês’ de 31 crimes, incluindo e corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas em abril de 2021 o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar José Sócrates de 25 dos 31 crimes.

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