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Juiz do Havai põe decreto anti-imigração de Trump na gaveta

O juiz Derrick Watson considera o decreto de Donald Trump teria um impacto acentuado na economia do Havai, que é fortemente dependente do setor do turismo, e prejudicaria o recrutamento de estudantes e trabalhadores estrangeiros.
  • Jonathan Ernst / Reuters
30 Março 2017, 10h09

O juiz federal do estado norte-americano do Havai, Derrick Watson, garantiu esta quarta-feira que não vai voltar a trás na decisão, depois de ter recusado o novo decreto anti-imigração do presidente norte-americano, Donald Trump, que põe fora da lista de países banidos o Iraque. Derrick Watson vai prolongar a suspensão da ordem executiva e argumenta que a medida implicaria impedir os havaianos de receberem visitas de familiares provenientes dos países visados e afetaria o turismo do estado.

De acordo com Derrick Watson, “20% da população do Havai nasceu no estrangeiro e 100 mil não são cidadãos americanos”. A proibição imposta no decreto de Donald Trump teria, por isso, um impacto muito significativo na economia do estado, que é fortemente dependente do setor do turismo, e prejudicaria o recrutamento de estudantes e trabalhadores estrangeiros. Derrick Watson explicou que transformaria a ordem temporária, emitida a 15 de março, numa providência cautelar.

O departamento norte-americano da Justiça já confirmou que irá recorrer da decisão do juiz havaiano. A administração dos Estados Unidos entende que a medida não afetaria a economia do Havai e que se trata de uma medida de defesa preventiva.

O novo decreto não abrange os cidadãos que já gozam de residência permanente nos Estados Unidos, ao contrário do que acontecia com o primeiro, e exclui da lista dos países de maioria islâmica proibidos de entrar no país o Iraque, ficando apenas interditos os cidadãos provenientes de Irão, Somália, Sudão, Síria, Iémen e Líbia. Em relação aos refugiados sírios, a nova ordem executiva estabelece ainda que vão ter a entrada proibida nos Estados Unidos durante 120 dias e não de forma definitiva, como estava no texto inicial.

Ainda assim, Derrick Watson, pegando nas palavras do próprio Donald Trump, sustenta que apesar das alterações este decreto é apenas uma versão “diluída” da ordem original, apresentada pelo presidente em janeiro. Por enquanto, a ordem executiva ficará proibida em todo o território americano.

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