O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, criticou as “fórmulas incorretas” sobre a Alemanha usadas no debate político na Grécia, considerando que podem levar a um “aumento do ressentimento” entre os dois países, numa entrevista publicada hoje.
“Quando um primeiro-ministro insulta os alemães duas vezes numa semana, isso não me parece uma forma muito acabada da arte de governar, pelo contrário, conduz a um aumento do ressentimento”, disse Juncker ao semanário económico alemão Wirtschaftswoche.
“Há demasiadas fórmulas incorretas (no debate) em Atenas. Mas isso vai mudar com o tempo”, disse.
Grécia e Alemanha trocaram críticas nas últimas semanas devido à insistência do novo governo grego de redefinir os termos do acordo de assistência financeira ao país, com Berlim a insistir no cumprimento dos compromissos assumidos.
Um acordo acabou por ser alcançado na reunião do Eurogrupo de sexta-feira para um prolongamento do empréstimo por quatro meses em troca de um plano de reformas a apresentar por Atenas hoje.
Na entrevista, Juncker manifesta critica também o anúncio do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de que vai subir o salário mínimo para 751 euros.
“Se a Grécia aumentar o salário mínimo, haverá seis países da Europa com um salário mínimo inferior”, disse.
O presidente da Comissão assegurou, no entanto, que vê a Grécia “como um membro permanente da família do euro”: “Não vai haver uma saída da Grécia da zona euro”.
OJE/Lusa