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Jurássico de Peniche revela extinção marinha de 1 milhão de anos

Um estudo, no qual participa um investigador da Universidade de Coimbra, revela que um fenómeno ocorrido há cerca de 182 milhões de anos provocou uma extinção marinha à escala global, com a duração de um milhão de anos.
13 Julho 2017, 13h32

O estudo, liderado pela Universidade inglesa de Exeter, no qual participou o docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Luís Vítor Duarte, foi desenvolvido nas arribas calcárias da península de Peniche, referência internacional no que respeita ao estudo do Jurássico Inferior, e no furo de sondagem Mochras, País de Gales.

Os investigadores concluem que o fenómeno de anoxia marinha e de perturbação do ciclo de dióxido de carbono ocorrido há cerca de 182 milhões de anos, no Toarciano (Jurássico Inferior) provocou uma importante extinção marinha à escala global, que terá durado cerca de um milhão de anos.

Os resultados do estudo mostram que estamos perante um fenómeno de causa-efeito. O investigador Luís Vítor Duarte explica essa relação: “Devido ao aumento da concentração de CO2, cuja origem tem sido largamente debatida, os fundos dos oceanos terão ficado pobres em oxigénio e a atmosfera, pela amplificação do efeito de estufa, terá aquecido substancialmente, associando-se a toda esta conjugação de fatores, a extinção de alguns grupos de invertebrados. Com o aumento da concentração do chamado carvão vegetal (charcoal), em sedimentos cerca de um milhão de anos mais recentes do que o início do referido episódio de anoxia, demonstra-se o timing do restabelecimento das condições de oxigenação dos ambientes marinhos e continentais bem como a recuperação da biosfera.”

O estudo foi agora publicado na revista científica Nature Communications.

 

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