O Ministério Público e a Polícia de Segurança Pública (PSP) estão nesta segunda-feira, 22 de novembro, a fazer buscas à SAD do FC Porto, a dirigentes portistas e a empresários próximos do clube. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma buscas sem identificar SAD e empresários e revela fatos com “forte dimensão internacional” e pagamento de comissões de “mais de 20 milhões”. Na mira da Justiça estão suspeitas de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento.
“No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos, no dia de hoje, 33 mandados de busca, principalmente no Porto e em Lisboa, abrangendo instalações de sociedades, incluindo uma SAD e uma instituição bancária, bem como diversas residências”, avança o DCIAP em comunicado publicado no site do Ministério Público.
https://jornaleconomico.pt/noticias/fc-porto-sad-confirma-buscas-do-ministerio-publico-811609
A operação foi avançada pela revista “Sábado”, que revela que as buscas se enquadram na Operação Cartão Vermelho e envolvem os empresários de futebol Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.
De acordo com a mesma publicação, um dos negócios de jogadores que já foi visto à lupa pelos investigadores é a compra e venda de Éder Militão. Segundo os documentos oficiais da SAD do Porto, o jogador assinou um contrato de cinco épocas com o Porto em julho de 2018. O clube, avança, ficou com 90% dos direitos económicos do jogador, adquirido em final de contrato ao São Paulo por pouco mais de 8,5 milhões de euros (sete milhões pelo passe e cerca de 1,5 milhões de encargos adicionais). Um ano depois, o Porto vendeu Militão ao Real Madrid, onde ainda joga.
Já o “Correio da Manhã” diz que as suspeitas envolvem um negócio com a venda de direitos televisivos. E a TVI e a SIC adiantam ainda que as buscas estendem-se ao banco Carregosa.
Nas buscas estão envolvidos elementos da PSP, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e Autoridade Tributária (AT).
Segundo o DCIAP, as diligências de recolha de prova visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios.
Estão em causa, avança, factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, “com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros”.
Na execução das buscas participaram 85 elementos da Inspeção Tributária da AT e da PSP, bem como magistrados do Ministério Público.
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