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Kiev ameaça romper relações diplomáticas com Moscovo. Rússia diz que decisão é “extremamente indesejável”

A garantia é do Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na sequência de a Rússia ter invadido duas regiões no leste da Ucrânia. O Kremlin já respondeu, ao dizer que esta decisão viria para prejudicar ambos os países. São conhecidas as primeiras reações dos demais países e outras estão para vir.
  • Reuters
22 Fevereiro 2022, 16h56

A diplomacia entre a Ucrânia e a Rússia pode estar próxima de cair por terra depois dos mais recentes movimentos na região de Donbas [Donetsk e Luhansk]. Quem o diz é o próprio Zelenskiy, presidente ucraniano, esta terça-feira, depois de a Rússia ter reconhecido como independentes duas regiões do leste da Ucrânia. “Recebi um pedido do ministro dos Negócios Estrangeiros para quebrar a diplomacia”, declarou o chefe de Estado, garantindo que vai analisar este pedido.

Zelenskiy apontou o dedo à Rússia por destruir os esforços de paz que foram feitos ao longo dos anos. O presidente da Ucrânia reiterou ainda que não acredita numa guerra de larga escala entre os dois países mas lembrou que, caso a invasão russa tome grandes proporções, vai introduzir a Lei Martial, que levaria as forças militares ucranianas a tomarem as rédeas do país, preparando-se para uma guerra.

O Kremlin já reagiu a estas declarações, pelo seu secretário de Imprensa. Dmitry Peskov garantiu que o eventual “quebrar das ligações diplomáticas é um cenário extremamente indesejado e que iria dificultar a vida não só aos dois países, mas também às populações.”

Certo é que o presidente ucraniano tinha pedido sanções por parte do Ocidente e estas já começaram. O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou a suspensão do gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha (um pedido expresso do presidente ucraniano), um projeto cujo objetivo era fornecer a Europa com gás natural importado da Rússia. Trata-se certamente de uma das mais pesadas sanções que serão impostas. Scholz justificou esta decisão lembrando que o avançar de tropas russas esta segunda-feira por território ucraniano constitui uma “grave violação” do direito internacional.

Já o primeiro-ministro britânico anunciou sanções a cinco bancos russos e a três oligarcas. Boris Johnson acrescentou que espera ver outros bloqueios por parte do Ocidente e mostrou a intenção de impedir que as empresas russas consigam levantar fundos no mercado britânico e mundial.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão analisar a situação nesta terça-feira, de forma a decidir a imposição de mais sanções. Também os Estados Unidos se preparam para impor sanções à Rússia. Após a reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora dos EUA naquela instituição, Linda Thomas-Greenfield, confirmou que esta terça-feira “os Estados Unidos vão impor sanções contra a Rússia por essa clara violação da lei internacional e da soberania e integridade dos territórios da Ucrânia”

 

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