[weglot_switcher]

Klarna tem 100 empresas em Portugal com “compre agora pague depois”. Samsung é a nova parceira

O responsável pela operação da fintech sueca em Portugal diz ao JE que a eletrónica é o segmento para o qual os utilizadores portugueses mais recorrem à ‘app’. “Daqui a um par de meses vão poder receber notificações sobre baixas de preços e comparar valores entre lojas”, conta Alexandre Ribeiro, a propósito da aquisição da PriceRunner.
12 Abril 2022, 07h50

A fintech mais valiosa da Europa, Klarna, está a registar quase mil downloads diários em Portugal e tem cerca de 100 empresas com a sua solução de pagamento faseado (“compre agora pague depois”) integrada no check-out das lojas online. Em causa estão grupos portugueses como a Prozis ou companhias internacionais que operam em Portugal, como a Adidas ou a Samsung, que passou a disponibilizar o serviço “pague em três vezes” a partir desta terça-feira.

“Nos últimos meses estamos a ver uma tração muito positiva não só em Portugal, mas também nos outros mercados. Neste momento temos 149 milhões de pessoas no mundo a utilizar a Klarna para comprar, pagar e serviços bancários, 30-40% dos quais da geração X”, conta ao Jornal Económico (JE) o diretor da Klarna em Portugal, Alexandre Fernandes Ribeiro.

Além das marcas que associaram a Klarna ao seu marketplace, através da aplicação móvel da empresa sueca é ainda possível comprar online em qualquer loja, independentemente de ser parceira, por causa da ferramenta “Shop Anywhere”. “Em Portugal temos cada vez mais marcas globais e nacionais dentro do nosso ecossistema. Nota-se também que os portugueses, early adopters [antecipam-se às tendências tecnológicas] estão interessados em formas de pagar que sejam mais fáceis, eficientes e transparentes”, destaca Alexandre Fernandes Ribeiro. É por isso que outras fintechs, como a Revolut ou o N26, funcionam bem em terras lusas, na sua opinião.

A Klarna chegou a Lisboa na semana antes da Black Friday, em novembro, uma das datas-chave para o e-commerce em todo o mundo, o que trouxe mais exigências, segundo o responsável pela operação em Portugal. “Chegarmos ao mercado português mesmo antes da Black Friday e do Natal, para uma marca que tenha de fazer investimento em integrações técnicas, é muito difícil. Então a estratégia foi: lançar o produto até ao final do ano, verificar que funciona e testar o produto nos dois primeiros meses”, conta ao JE.

Cinco meses volvidos, a Klarna tem hoje 15 pessoas no país, entre engenheiros, marketers, programadores, business developers ou analistas, além da equipa internacional que trabalha para o mercado português. “Um desafio que faço a mim próprio é que um dia possa trazer estas pessoas que estão lá fora para o seu país, se quiserem”, confessa.

E dentro de poucos meses os clientes poderão tirar partido do negócio de 930 milhões de euros entre a Klarna e a PriceRunner, que ficou concluído no início da semana passada. Ou seja, vão poder receber uma notificação na app de que um preço baixou ou comparar os valores de determinado artigo em diferentes lojas. “Qualquer aquisição que o grupo faça tem sempre como objetivo trazer mais benefícios aos clientes. A da PriceRunner já está solidificada e no futuro, daqui a um par de meses, vai permitir que no futuro os clientes globais, inclusive os portugueses, possam ter acesso aos benefícios da empresa”, afiança o gestor.

A Klarna é um dos dez IPO (Inicial Public Offering) mais esperados para este ano, de acordo com o ranking da corretora online Freedom Finance, porque o CEO, Sebastian Siemiatkowsk, disse no ano passado que não descartava a entrada em bolsa em 2022. Questionado sobre se o financiamento através do mercado de capitais está para breve, Alexandre Fernandes Ribeiro reconhece que “eventualmente, vai acontecer”, mas primeiro é preciso voar para a América Latina, o Dubai e a Ásia. “Vai ser um dos momentos mais esperados também para nós, mas ao dia de hoje o foco ainda está na expansão, porque em 2022 ainda temos muitos mercados por abrir: México, Emirados Árabes Unidos, Este da Europa, Coreia e Japão. É um plano muito ambicioso”, admite.

Samsung junta-se à família sueca dos pagamentos

Entrar na loja online da Samsung e pagar um smartphone Galaxy em três vezes com 0% de juros. É assim que os consumidores poderão usufruir da nova parceria em Portugal entre a Samsung Electronics e a Klarna, que foi formalizada hoje e lança a opção “Pay in 3”. O método de pagamento já está disponível para compras de mais de 35 euros e menos de 3 mil euros e quem o escolher terá acesso exclusivo a ofertas ao longo do ano e com cada lançamento da tecnológica sul-coreana.

“A Samsung tem vindo a trabalhar sempre no sentido de reduzir ou eliminar possíveis barreiras no momento da compra, pelo que é neste sentido que temos vindo a encontrar soluções que permitam aos consumidores terem acesso à melhor oferta de tecnologia”, começa por dizer Bhupendar Singh, responsável de E-Commerce da Samsung em Portugal, referindo-se à opção implementada recentemente pela marca de “Buy & Try” (“Compra & Experimenta”), que permite testar o equipamento durante 60 dias com a garantia de devolução do dinheiro no final desse tempo ou alugá-lo.

“O serviço de pagamento da Klarna permite-nos enfrentar uma nova geração de consumidores que olham para a burocracia dos processos de compra como um fator de decisão. Queremos continuar neste caminho de inovação e não há nada melhor do que estar perto das necessidades das pessoas, ao fornecer-lhes a melhor e mais recente tecnologia”, frisa Bhupendar Singh. É um win-win porque, ao contrário do que acontece nos restantes mercados da Klarna, onde é a moda que reina, os portugueses preferem utilizam mais a app para eletrónica.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.